“O gabinete do procurador-geral e o SBU dirigiram-se às autoridades competentes da República Islâmica do Irão para solicitar assistência jurídica relacionada à entrega das caixas negras (…) às agências responsáveis pelo cumprimento da lei na Ucrânia”, assinalou a instituição numa mensagem através do serviço de mensagens instantâneas Telegram.
A mesma fonte também indicou que está a tomar todas as medidas para “garantir a descodificação adequada das caixas negras e preservar as provas” recolhidas durante o processo de investigação.
Os 45 especialistas ucranianos que trabalham nas investigações já tiveram acesso às caixas negras, no entanto, agora é necessário decifrá-las corretamente e o Irão não possui a tecnologia apropriada.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy e o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, concordaram no passado dia 11 que especialistas franceses vão participar neste trabalho.
Os dois líderes abordaram esta questão no mesmo dia em que o Irão admitiu que tinha abatido “involuntariamente e por erro humano” o Boeing 737 ao confundi-lo com um míssil de cruzeiro, devido à situação de alerta no país na sequência da escalada de tensão com os Estados Unidos.
Kiev quer agora determinar se a queda do avião foi realmente devido a um “erro humano” ou se foi “intencional”, explicou na terça-feira Andriy Yermak, conselheiro do Presidente da Ucrânia, segundo a agência de notícias ucraniana UNIAN.
Yermak reconheceu que a Ucrânia está a avaliar se leva a queda do avião ucraniano ao Conselho de Segurança da ONU, mas salientou que primeiro pretende determinar se o aparelho aéreo foi “deliberadamente atacado ou não”.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países com vítimas vão reunir-se na quinta-feira em Londres para coordenar as suas ações.
Dois dias após a queda do Boeing 737-800, que cobria a rota Teerão-Kiev, a 08 de janeiro, as autoridades iranianas anunciaram que o avião foi abatido acidentalmente por um míssil iraniano.
A primeira versão das autoridades dava conta de que a queda do avião tinha sido provocada por problemas técnicos.
O abate do avião, que matou as 176 pessoas a bordo, a maioria iranianas e canadianas, gerou uma onda de descontentamento popular.
O Canadá, que foi o primeiro país a denunciar que o avião foi abatido por um míssil, insistiu na necessidade dos seus especialistas também terem acesso ao local da tragédia.
Numa conversa telefónica, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, agradeceu na terça-feira a Zelenskiy pelos seus esforços para assegurar a participação do Canadá nas investigações.
Trudeau também pediu ajuda no diálogo com as autoridades iranianas para identificar as vítimas.
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