"Continuamos, como tem sido dito, na medida das nossas possibilidades e em função do que é também o pedido da Ucrânia, das suas necessidades, a ponderar o envio de apoio, de material. E, portanto, é o que continuaremos a fazer", afirmou a ministra, em declarações à Lusa na cidade da Praia, onde participou hoje numa reunião de ministros da Defesa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Não há, digamos, muito mais a dizer, sendo que continua em trânsito e em preparação o envio das 160 toneladas de material que temos preparadas para a Ucrânia", acrescentou a governante, sem entrar em "aspetos concretos" deste transporte "por questões de segurança".
Helena Carreiras disse ainda não ter informação sobre a material cedido por Portugal entre os arsenais de equipamentos militares alegadamente cedidos por países ocidentais que as forças russas têm alegado ter destruído na Ucrânia nos últimos dias.
"Não tenho essa informação, mas é uma guerra em curso. Não tenho informação mais concreta sobre o destino e o que acontece a esse material, mas será seguramente utilizado pelas forças ucranianas, é esse o objetivo", disse.
Entre as 160 toneladas de equipamentos em preparação ou em trânsito para a Ucrânia, cedido por Portugal, inclui-se material militar letal, não letal e outro, como de apoio médico, sanitário e humanitário.
Na sua intervenção perante os homólogos da CPLP, Helena Carreiras afirmou que "o que acontece neste momento na Europa em virtude da invasão ilegal e não provocada da Ucrânia pela Rússia, e apesar de longe das fronteiras de muitos Estados-membros, acarreta sérias consequências, diretas e indiretas, não só para a nossa Comunidade e para cada um dos nossos países, como para todo o mundo".
"O conflito no Leste da Europa, decorrente de uma manifesta violação da ordem jurídica internacional baseada em regras por parte da Rússia, está já a gerar um forte impacto na capacidade de fornecimento de matérias-primas e bens essenciais em todo o mundo devido ao bloqueio russo dos canais de exportação de cereais ucranianos. Estas disrupções afetarão inclusive alguns dos países que integram a nossa Comunidade, o que se repercutirá, por sua vez, no aumento generalizado dos preços e do custo de vida", apontou.
Neste contexto, disse, o papel do setor da Defesa "é particularmente importante para o esforço global e conjunto da comunidade internacional com vista a dar resposta ao desastre humanitário provocado por esta guerra, onde as principais vítimas continuam, infelizmente, a ser as populações civis".
"A nossa Comunidade e as nossas Forças Armadas devem conseguir demonstrar a sua capacidade de trabalhar em conjunto e aprofundar a sua cooperação", enfatizou.
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