No dia 23 de abril, chegaram a Portugal seis crianças refugiadas ucranianas para receber tratamento oncológicos no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e de Lisboa, no Centro Hospitalar Universitário de São João, também no Porto, e no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Desde essa data, as crianças e os familiares estão a viver nas casas de Lisboa, Porto e Coimbra da Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro e, segundo a diretora-geral da associação, a adaptação está a correr bem.

“O importante é que os tratamentos dessas crianças tenham continuidade com qualidade e que elas estejam todas bem, estáveis. Isso para nós é que é fundamental e está a acontecer”, disse hoje à agência Lusa Margarida Cruz.

Relativamente às famílias, disse que “há todo um período de adaptação”, uma vez que são culturas diferentes, mas estão a adaptar-se uns aos outros e “está a correr muito bem”.

“As partes burocráticas já estão resolvidas. Temos os irmãos quase todos matriculados para poderem seguir o seu processo escolar e já temos algumas mães - só vieram mães com as crianças - a ter aulas de português e algumas a ter acompanhamento psicológico”, referiu.

Para facilitar a integração, a Acreditar tem tradutores e tem “soluções práticas” como o Google Trandutor que permite que comuniquem com as outras famílias que estão nas casas.

Nalguns casos, foi preciso levar um tradutor para a interacção com o próprio médico e com hospital, apesar de todos trazerem os documentos relevantes traduzidos para inglês, contou.

“Apesar disso, as pessoas precisam de fazer perguntas ao médico e perceber algumas questões relativamente aos seus filhos e, portanto, também precisamos de ajudar a esse nível”, salientou.

Também foi preciso dar algum apoio económico imediato, apoio para roupas e algum apoio logístico para as ajudar a tratar das questões mais burocráticas e de adaptação, como a questão escolar e, nalguns casos, apoio psicológico.

“Estamos a tentar tudo de forma também se sintam acolhidos e que estão aqui bem”, disse, ressalvando: “Não estabelecemos diferenças muito grandes em relação às outras famílias”.

Esta é uma questão fundamental para a Acreditar, nomeadamente em relação às crianças oriundas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que também vêm “em situações de muitas fragilidade económica, emocional e de saúde.

Sobre a chegada de mais crianças refugiadas, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, Margarida Cruz disse que a última informação que obteve foi que “o fluxo de famílias estava neste momento a abrandar bastante significativamente”.

“Aparentemente a Ucrânia está a tentar satisfazer algum tipo de tratamento na própria Ucrânia, nalgumas zonas que estão mais calmas e, portanto, estamos neste momento a aguardar”, referiu.

A Acreditar tem tido reuniões semanais de acompanhamento de todo este processo com todos os países da Europa e também com a Ucrânia, mas neste momento não tem notificada nenhuma necessidade a que tenha de dar resposta imediata.

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