O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou que Kiev e outras 14 regiões foram afetadas por cortes de água ou eletricidade, mas afirmou que já estavam em curso os trabalhos para solucionar o problema.

Foram disparados 74 mísseis no total, dos quais 60 foram derrubados, segundo o Exército da Ucrânia. No sul do país, em Kryvyi Rig, cidade natal do presidente ucraniano, três pessoas morreram depois de um míssil ter atingido um prédio residencial, segundo o governador regional.

Autoridades instaladas por Moscovo na cidade ucraniana de Lugansk, leste do país, afirmaram que 11 pessoas morreram e 17 ficaram feridas em bombardeamentos da Ucrânia naquela região, controlada pela Rússia.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou hoje "o terror indiscriminado" da Rússia contra a Ucrânia. Num novo pacote de sanções, o bloco proibiu a exportação de motores de drones para a Rússia e "para todos os países terceiros" que possam facilitar esses componentes a Moscovo.

Nos últimos meses, a Rússia sofreu uma série de reveses militares no sul e nordeste da Ucrânia. Desde então, Moscovo optou por bombardear as instalações de energia do país, o que tem deixado milhões de ucranianos sem luz e aquecimento num período de temperaturas gélidas.

Em Kiev, as temperaturas oscilavam nesta sexta-feira entre -1°C e -3°C. A capital resistiu a "um dos maiores ataques com mísseis" desde o começo da invasão russa, em 24 de fevereiro, afirmou o comando militar da região.

Vários moradores da capital passaram horas abrigados no metro. "Quando acordei, vi um míssil no céu e soube que tinha de ir para o metro", contou a atriz Lada Korovay, de 25 anos. O autarca de Kiev, Vitali Klitchko, informou que apenas um terço dos habitantes da cidade dispunham de água e aquecimento, e 40%, de eletricidade.

O comandante das Forças Armadas, Valery Zaluzhny, declarou ontem que prevê uma nova ofensiva russa contra Kiev nos primeiros meses de 2023. Para já, os combates concentram-se no leste e sul da Ucrânia, onde os bombardeamentos também deixaram várias cidades sem luz.

Kharkiv foi uma das cidades atingidas, segundo o autarca Igor Terekhov. Autoridades locais anunciaram à noite tinham haviam restabelecido a eletricidade em 55%. Na região homónima, a porcentagem era de 85%.

Os bombardeamentos russos aconteceram depois dos aliados ocidentais da Ucrânia terem anunciado uma ajuda de mil milhões de euros para a reconstrução das infraestruturas do país.

Nesta sexta-feira, o governo da Bielorrússia anunciou que o presidente russo, Vladimir Putin, visitará o país na segunda-feira para uma reunião com o colega e aliado Alexander Lukashenko. Recorde-se que algumas tropas de Moscovo partiram do território bielorrusso no início da ofensiva.

Minsk informou que os dois presidentes terão um encontro privado e negociações mais amplas com os seus ministros sobre a "integração Bielorrússia-Rússia".

Os países comprometeram-se com um amplo leque de programas para aprofundar os seus laços económicos e de segurança. "Os presidentes devem priorizar as questões de segurança", afirmou o governo de Bielorrússia.