Em declarações à entrada para uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que tem como ponto central na agenda a guerra na Ucrânia, o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança revelou que teve “uma longa conversa” com o mais alto responsável diplomático de Pequim, Wang Yi, ao qual expressou a “profunda preocupação” do bloco comunitário relativamente a um eventual apoio militar da China à Rússia.
“Exortei-o a não fazê-lo. Expressei não apenas a nossa preocupação, mas também o facto de que, para nós, tal constituiria uma linha vermelha na nossa relação”, afirmou Josep Borrell.
Apontando que o responsável máximo do comité central do partido comunista chinês para as relações externas assegurou que Pequim não planeia fornecer armas à Rússia, o chefe da diplomacia da UE conclui com a garantia de que os 27 vão “permanecer vigilantes”.
Hoje mesmo, o Governo de Pequim negou estar a ponderar fornecer armamento à Rússia para uso na ofensiva contra a Ucrânia, como acusou o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken.
“Não aceitamos que os Estados Unidos apontem o dedo à relações entre a China e a Rússia e muito menos que exerçam pressão e coação”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.
Wang Wenbin acusou ainda os Estados Unidos de estar “a divulgar informações falsas”.
“Quem não cessa de fornecer armas ao campo de batalha são os Estados Unidos, não a China. Os Estados Unidos não estão qualificados para dar ordens à China e nunca aceitaremos que os Estados Unidos ditem ou imponham a forma como devem ser as relações sino-russas”, disse ainda o mesmo porta-voz.
No domingo, o chefe da diplomacia norte-americana advertiu que a China está a estudar a possibilidade de fornecer armas e munições à Rússia.
“Até ao momento, empresas chinesas […] fornecerem apoio não letal à Rússia para uso na Ucrânia. Agora estamos preocupados com a informação de que eles estão a considerar fornecer apoio letal”, disse, afirmou, numa entrevista à CBS, sublinhando que a situação poderá ter “sérias consequências”.
Blinken explicou que se reuniu no sábado, em Munique, com o ministro Wang Yi, a quem transmitiu a “profunda preocupação” dos Estados Unidos sobre “a possibilidade de a China fornecer armas letais à Rússia”.
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