Em conferência de imprensa, Charles Michel disse que a União Europeia (UE) “tem consciência de que tem de combater” essa narrativa que classificou como “falsa” e deu como exemplo o facto de a UE ser o principal financiador da ajuda ao desenvolvimento no terceiro mundo.
Michel referia-se ao discurso oficial russo que, desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, se apresenta contra o Ocidente e, para tal, utiliza determinados conceitos para conquistar a opinião de alguns países africanos e latino-americanos, como culpar o colonialismo europeu de tudo ou rejeitar qualquer ingerência dos países ocidentais nos assuntos internos dos outros Estados.
São os países africanos — e ultimamente, também o Brasil — os que, na ONU, estão a distanciar-se do discurso ocidental e a assumir frequentemente uma posição de suposta neutralidade em relação à Rússia e ao Ocidente.
A esse respeito, Michel advertiu para os perigos de “um mundo bipolar [que trará] uma maior fragmentação” e defendeu, em vez disso, um mundo multipolar e uma vontade política “que trarão mais prosperidade, mais segurança e mais previsibilidade” aos diferentes conflitos em curso no mundo.
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