“É o único [plano] que ganhou tração e é o único que está a ser discutido”, disse Josep Borrell, em conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, no final de uma reunião dos governantes com a pasta da diplomacia dos 27, em Toledo (Espanha).

O chefe da diplomacia europeia reconheceu que “houve muitos outros, da China, do Brasil, da África do Sul”, mas “nenhum deles tem palco”, apenas o plano apresentado por Volodymyr Zelensky e que já foi “discutido na Arábia Saudita”.

Na ótica de Borrell, o plano ucraniano para acabar com o conflito que dura há mais de ano e meio é o único passível de “construir uma paz justa na Ucrânia”.

E pelo mundo fora, continuou o alto-representante, já são muitos os países que “coincidem na perceção de que Putin, com a sua agressão, não está apenas a prejudicar a Ucrânia, mas também países a milhares de quilómetros de distância”.

“Agora podemos vê-los a culpar a Rússia”, completou, referindo-se ao fim do acordo do Mar Negro para exportação de cereais ucranianos, ‘rasgado’ pelo Kremlin no dia 17 de julho e cujo fim tem consequências em vários países de África e da região do Médio Oriente.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, participou na reunião de Toledo presencialmente.

Josep Borrell disse que os 27 discutiram também com Kuleba o programa de cinco mil milhões de euros anuais, integrado no Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP), entre 2024 e 2027.

O pacote específico para ajudar a Ucrânia a enfrentar a invasão russa continua a ser bloqueado pela Hungria.

Budapeste ‘bateu o pé’ por causa da inclusão do banco OTP na ‘lista negra’ de patrocinadores da guerra na Ucrânia.

Em declarações à Lusa e à RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, afirmou que houve avanços quanto ao programa, mas, apesar de ser consensual a importância deste apoio, ainda não foi possível resolver a divergência entre Kiev e Budapeste.