"Decidimos adotar sanções contra o Irão. É uma mensagem clara que queremos enviar", declarou Michel durante um breve contacto com a imprensa ao fim do primeiro dia da cimeira europeia em Bruxelas.
A ideia, segundo o alto dirigente belga, "é atingir as empresas que são necessárias para os drones e mísseis". "Temos de isolar o Irão", frisou.
Os rascunhos das conclusões, negociadas durante vários dias, assinalavam que a UE "estava pronta" para adotar essas sanções, mas a posição evoluiu claramente ao longo do dia.
A UE já adotou sanções contra o Irão pela transferência de drones e da sua tecnologia à Rússia para uso na Ucrânia.
Nas conclusões da jornada inaugural da cimeira, os mandatários assinalaram que a UE "tomará medidas restritivas contra o Irão, especialmente em relação aos veículos aéreos não tripulados e mísseis".
A cimeira também condenou "energicamente e de forma inequívoca" o ataque do Irão a Israel com drones e mísseis, e reiterou o compromisso do bloco "com a segurança de Israel e a estabilidade regional".
Os mandatários dos países da UE acrescentaram que estavam preparados para "trabalhar com todos" os parceiros "para evitar uma escalada de tensões na região, especialmente no Líbano".
Na sessão desta quarta, os dirigentes europeus voltaram a abordar a situação na Ucrânia, e destacaram a urgência de transferir equipamentos de defesa aérea para esse país.
O texto das conclusões da cimeira "destaca a necessidade de proporcionar urgentemente defesa aérea à Ucrânia e de acelerar e intensificar a entrega de toda a assistência militar necessária".
Ao chegar à reunião, o chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, instou os outros países do bloco a seguirem o exemplo de Berlim e enviarem à Ucrânia equipamentos de defesa aérea Patriot.
Como já se tornou habitual, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participou no evento por videoconferência e insistiu nos pedidos de equipamentos para defesa aérea.
Zelensky reforçou que os aliados ocidentais tinham ajudado Israel com sucesso a intercetar drones e mísseis iranianos, e pediu que façam o mesmo com a Ucrânia na sua defesa dos projéteis russos.
"Na Ucrânia, lamentavelmente não temos o mesmo nível de defesa que vimos no Médio Oriente há poucos dias [...] O céu da Ucrânia e o céu dos nossos vizinhos merecem a mesma segurança", destacou Zelensky na sua mensagem aos dirigentes dos países da UE.
Na tarde de quarta-feira, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, tinha comentado aos jornalistas que o ocorrido nos céus de Israel "mostra que podemos fazer mais".
"Podemos proporcionar defesa aérea à Ucrânia da mesma maneira, de forma que seja capaz de prevenir esses ataques", acrescentou a governante estónia.
A Ucrânia admite que está a ficar sem sistemas para abater mísseis e drones russos, no momento em que a Rússia multiplica os seus bombardeamentos à infraestrutura ucraniana.
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