O plano, que está a suscitar ampla polémica no país balcânico, Estado-membro da União Europeia (UE) e da NATO, foi apresentado pelo vice-primeiro-ministro e titular da Defesa, Krasimir Karakachanov e prevê ainda a criação de unidades voluntárias de segurança cidadã, trabalho social forçado, destruição de habitações ilegais e cortes nas ajudas sociais para as famílias que não enviem os seus filhos à escola.
“Devido à crescente tensão em torno dos ciganos na Bulgária e do estatuto privilegiado criado para a comunidade cigana face aos restantes cidadãos, chegou o momento para o Estado abandonar os seus duplos critérios”, assinala o líder do Movimento Nacional Búlgaro (IMRO, ultranacionalista) no seu plano, divulgado na sua conta da rede social Facebook.
Os partidos da oposição criticaram hoje com veemência o plano apresentado pelo IMRO, enquanto o Cidadãos para o desenvolvimento europeu da Bulgária (GERB, populista conservador e que lidera o Governo de Sófia) declarou ser necessário “criar regras” para melhorar a convivência entre todos os grupos sociais do país.
“Estas ideias são inumanas e contradizem a Constituição”, considerou Jeihan Ibryaimov, deputado do Movimento para os direitos e liberdades (DPS), que representa a minoria turca no país do Sul dos Balcãs.
“Este plano é uma cópia da filosofia nazi dos anos 1930 e afasta a Bulgária do seu caminho europeu e da NATO”, acrescentou.
Os socialistas do BSP, também na oposição, atribuíram o polémico plano de Krasimir Karakachanov à pré-campanha para as europeias de maio, com o objetivo de “atrair apoio eleitoral”.
“Sim, na Bulgária existe o fenómeno: o abuso das ajudas sociais. Mas se as leis forem respeitadas, creio que não fazem falta estes fogos artificiais [do IMRO], assinalou o deputado socialista Tasko Ermenkov.
Os ciganos constituem entre 5% a 10% dos 7,1 milhões de habitantes da Bulgária, apesar de muitos membros desta etnia não se terem declarado ou registado nos organismos oficiais.
Muitos ciganos vivem marginalizados na Bulgária, o país mais pobre da UE e que nos últimos 25 anos perdeu um quinto da população devido à contínua emigração e à quebra da natalidade.
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