Quem ganhou?

Num debate entre 'parceiros', Luís Montenegro ganhou nesta troca de palavras com Rui Rocha, nomeadamente nos temas do SNS e da Caixa Geral de Depósitos.

Quem perdeu?

Rui Rocha perdeu o debate, mas não a guerra, dado que Luís Montenegro não fechou, antes pelo contrário, a porta a um entendimento com a IL caso ganhe as eleições de 10 de março.

Justiça

O último tema abordado foi a Justiça e a primeira palavra foi para Luís Montenegro, não descartando uma reforma "com todos os que queiram contribuir".

Já Rui Rocha também é favorável a um diálogo com todos, mas diz que não é uma “discussão para se fazer no calor da campanha eleitoral”.

CGD

Outro dos temas abordados foi o da Caixa Geral de Depósitos. O líder do PSD e da AD diz que a CGD deve permanecer pública, considerando que é uma “válvula de segurança” e uma "garantia do sistema”.

Posição bem diferente teve Rui Rocha: “Não deve ser público porque está sujeito à intromissão que não queremos”.

SNS

O Serviço Nacional de Saúde foi também debatido. Luís Montenegro entende "que a base do sistema de saúde é pública”, apontando depois o dedo à IL considerando que estes têm uma visão mais “concorrencial” entre os setores público, privado e social.

Rui Rocha não fugiu ao tema e ao apontamento de Luís Montenegro, referindo que “há terreno comum” para o SNS, nomeadamente nas “parcerias-público-privadas (PPP)”, apontando que para o partido social democrático será "possível recorrer aos privados quando SNS falha”, ao passo que para o seu partido a escolha deve ser sempre "possível".

“Os pontos de partida são diferentes”, reconhece, enaltecendo a liberdade de escolha, o que leva Luís Montenegro a interromper e a dizer que se deve “caminhar para ela”. “Já não vamos lá com remendos”, responde o líder liberal.

IRS

Durante um curto espaço de tempo, no debate, falou-se de IRS e Rui Rocha entregou um documento com “dez desafios ao PSD”, destacando uma baixa de impostos, que na proposta da IL equivale a um bónus de 109 euros para cada cidadão, ao contrário "da proposta do PSD que “retira 5 euros”.

Já Luís Montenegro negou as palavras de Rui Rocha e destacou que a baixa de impostos da proposta da AD vai "muito mais longe", como por exemplo a redução da taxa de IRS máxima para 15% para os jovens até aos 35 anos.

Coligação falhada?

Outro dos temas discutidos foi o facto da IL ter ficado de fora da Aliança Democrática. Luís Montenegro diz que o partido de Rui Rocha ficou de fora "vontade de própria", recordando que fez o mesmo quando Carlos Moedas se candidatou a Lisboa.

Em resposta ao líder do PSD, Rui Rocha disse que "a proposta do PSD não é suficiente para transformação necessária do país”, salientando, ainda assim, que "os portugueses percebem que a solução para o país está nesta mesa e qualquer voto que não esteja representado nesta mesa atrasa a solução, pode atrasar a solução e consiste em manter o PS no governo”.

Apesar da troca de palavras, ambos concordam que os objetivos da IL e da AD são semelhantes. Rui Rocha diz que há “visões compatíveis”, ao passo que Montenegro diz que "o objetivo da IL e do PSD é o mesmo”.

Madeira

O primeiro tema em cima da mesa no debate foi o caso de corrupção na Madeira. Luís Montenegro diz que vai aguardar com “serenidade” e que vai “respeitar” a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, salientando também que Miguel Albuquerque não está “diminuído” na sua condição de governar.

Por sua vez, Rui Rocha diz que “não há possibilidade nenhuma de termos nenhum tipo de entendimento com Miguel Albuquerque em funções”.