A curta cerimónia teve início às 18:04, na Sala dos Embaixadores, no Palácio de Belém, em Lisboa, e contou com a presença do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, do primeiro-ministro, António Costa, e ainda da Diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Na tradicional fase de cumprimentos, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu um abraço prolongado a Marta Temido, que deixa hoje oficialmente o cargo, e que recebeu também um cumprimento de António Costa.
Manuel Pizarro, de 58 anos, foi secretário de Estado da Saúde no segundo executivo de José Sócrates. Na altura era Ana Jorge a ministra.
Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Manuel Pizarro foi especialista em Medicina Interna no Hospital de São João, no Porto, e diretor clínico do Hospital da Ordem da Trindade, na mesma cidade.
No panorama político, Pizarro foi por duas vezes candidato derrotado a presidente da Câmara Municipal do Porto, é o líder da Federação do Porto do PS, foi nono na lista de candidatos a eurodeputados socialistas nas últimas eleições para o Parlamento Europeu (PE). Foi também deputado eleito pelo círculo do Porto em duas legislaturas consecutivas.
Mais recentemente, substituiu Carlos Zorrinho na liderança dos eurodeputados do PS no PE.
"O nome da Manuel Pizarro não nos dá nenhuma garantia”
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu hoje, em Lisboa, que a escolha de Manuel Pizarro para ministro da Saúde não dá garantias de que os problemas do setor vão ser resolvidos.
“Enquanto o Governo continuar a achar mais normal pagar, a cada dois anos, mais em ressonâncias magnéticas feitas no privado, do que em comprar a maquina de ressonâncias magnéticas que o hospital de Setúbal precisa, o Serviço Nacional de Saúde vai ficar pior […]. Desse ponto de vista, o nome da Manuel Pizarro não nos dá nenhuma garantia”, afirmou Catarina Martins, que falava em conferência de imprensa, em Lisboa, após a reunião da Mesa Nacional do partido.
A coordenadora do BE referiu-se a uma entrevista dada por Manuel Pizarro, em 2019, na qual, segundo Catarina Martins, defendia que eram precisos mais privados e que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não podia compensar melhor os seus profissionais.
“Se continuar a pensar assim, não terá soluções para o problema que temos pela frente”, assinalou.
Catarina Martins disse ainda que a ministra Marta Temido apresentou a sua demissão perante a “degradação das condições” do SNS e a falta de soluções para resolver este problema.
Assim, reiterou que a nomeação do novo ministro “não resolve este problema por si só”, defendendo uma mudança de políticas e investimento no SNS.
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