O regresso às aulas é um dos temas da ordem do dia. E, sim, é verdade: hoje começou o julgamento de Rui Pinto (em que disse "não sou hacker, sou denunciante") e Jerónimo de Sousa até já abriu a Festa do Avante! ("Querem-nos quietos, confinados, calados"). Mas quem é pai e tem filhos em idade escolar, além destes dois assuntos, está preocupado com o início das aulas e de como será a retoma da rotina escolar durante a pandemia.
E tal acontece porque existem muitas questões no ar e todas elas são legítimas quando reina a incerteza e as notícias que num dia dizem uma coisa, noutro rebocam com argumentos em sentido contrário. Às vezes num espaço muito curto de tempo. Às vezes a mudança tanto ocorre no espaço de uma semana como pode ser quase no mesmo dia. Em tempos inéditos, todas merecem atenção. Por isso, as dúvidas, especialmente quando tocam aos filhos, ganham outro peso.
Assim, muitos pais conversam entre e si e tentam encontrar respostas às incógnitas que urgem à medida que a data de início se aproxima. Como vai funcionar a higienização dos espaços escolares? Vão ser realizadas as habituais reuniões durante o ano letivo? Como vai estar organizado o espaço escolar? E os horários e intervalos? Se a situação pandémica se agravar, o que acontece? Ora, estas são apenas algumas e mais habitam na cabeça dos pais ou de aqueles que têm a seu cargo alguém que vai iniciar o período escolar no ensino público já entre 14 e 17 de setembro próximo.
A pensar nestes pais, a jornalista Alexandra Antunes, do SAPO24, trabalhou num guia com perguntas e respostas para preparar o regresso à escola da melhor maneira. As informações nele contidas têm por base as indicações já divulgadas pela Direção-geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE), Direção-geral da Saúde (DGS) e Ministério da Educação. No total, são 19 — e não, não é coincidência, ou não fosse o ano em que apareceu o novo coronavírus.
Mas de que tratam estas perguntas e respostas? Sumariamente, espelham as dúvidas dos pais e simplificam as orientações que têm surgido até aqui. E, segundo os depoimentos recolhidos junto dos pais, até há uma questão/resposta que interpela o flagelo aparentemente geral: as reuniões presenciais. Serão necessárias? Não? No entanto, não é só esta a dúvida. (Afinal são 19 questões.)
O guia também aborda outro tipo de situações mais complexas, como por exemplo, uma em que os pais não queiram ou entendam haver condições para enviar os filhos para as escolas. Neste caso, têm duas opções: ensino individual ou doméstico. O que fazer? Mais, há possibilidade de mudar a meio do ano? A resposta a esta e outras perguntas poderão ser encontradas aqui.
Contudo, já perto da hora do jantar de hoje, já depois do Benfica ter confirmado a transferência de Darwin Núñez por 24 milhões de euros, a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou a publicação de um "referencial de atuação para a prevenção e controlo da transmissão de SARS-CoV-2 no que respeita à gestão de casos, contactos e surtos de COVID-19 em contexto escolar". Isto é, as orientações enviadas às escolas em caso de ser descoberta uma infeção pelo novo coronavírus — o que faltava saber, portanto.
O documento — que pode consultar online — detalha as "medidas a implementar por diferentes atores da comunidade educativa". Analisando o documento de 43 páginas, destaca-se o facto de as autoridades de saúde poderem vir a determinar o encerramento de uma escola — mas "só deve ser ponderado em situações de elevado risco no estabelecimento ou na comunidade" — ou de que será possível enviar uma turma inteira a cumprir isolamento obrigatório. Pode consultar as medidas com mais detalhe aqui, em que poderá aferir os passos a seguir se houver um caso suspeito.
Porém, se não tiver filhos ou o tema não for do interesse do leitor desta crónica, numa mudança radical de tema, diria para ouvir o quarto episódio da série "O que se ouve quando o país pára". Envolve pescadores e a praia de Monte Gordo, num "verão que trouxe de volta algum movimento, mas nem tudo voltou ao que era".
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