A quimioterapia é um processo demorado e, muitas vezes, agressivo para os doentes oncológicos. Por isso, levar o tratamento para o conforto da casa de cada um seria uma boa evolução. Para Delfim Rodrigues, coordenador do programa nacional de Hospitalização Domiciliária, este "um passo arrojado", já dado noutros países, que tem de chegar a Portugal, diz ao Jornal de Notícias (JN).

Neste momento, 36 hospitais públicos já internam doentes em casa, ficando de fora Braga e Beja — mas a oferta de serviços nesta modalidade tem de aumentar, uma vez que é necessário "apostar em áreas que fazem a diferença na vida das pessoas".

Quanto à quimioterapia, Delfim Rodrigues afirma que "devemos começar a pensar como podemos garantir a qualidade e a segurança do tratamento em casa, evitando a deslocação do doente ao hospital", como já acontece nos Países Baixos e na Dinamarca, onde são feitos "tratamentos oncológicos em centros comunitários e casa a casa".

Contudo, para que isto aconteça, é necessário investir, de forma a que se consigam assegurar os tratamentos."Queremos mostrar à tutela que é preciso investir nas 36 unidades e o principal investimento é em recursos humanos", aponta Francisca Delerue, diretora do Serviço de Medicina Interna do Garcia de Orta e presidente do II Congresso Nacional de Hospitalização Domiciliária.