Dassey, de 27 anos, foi condenado a prisão perpétua em 2007 por ajudar o tio Steven Avery, de 54 anos, depois de serem acusados e condenados pelo homicídio de Teresa Halbach, de 25 anos, em 2005.

Esta segunda-feira, dia 14, o juiz William Duffin ordenou a libertação imediata (sob vigilância) de Dassey até que seja conhecido o desfecho do caso, de acordo com o Milwaukee Journal Sentinel.

O magistrado norte-americano levantou várias críticas à forma como os investigadores conduziram os interrogatórios, alegando que os direitos constitucionais de Dassey foram violados, assim como foram levantadas falsas promessas a troco de uma confissão em múltiplas ocasiões.

A defesa de Dassey alega que este, então com 16 anos e com avaliações que indiciam capacidades intelectuais reduzidas, foi obrigado a confessar o crime em conjunto com o tio, em interrogatórios de carácter dúbio e envoltos em controvérsia.

"Making a Murderer" (2015) é uma série documental original produzida pela Netflix, composta por 10 partes/episódios, que examina de forma minuciosa a investigação do crime e levanta dúvidas sobre a culpabilidade ou inocência dos protagonistas, tendo motivado um debate nacional, levando a que os media e a população em geral se questionassem sobre o modo como os processos judiciais norte-americanos são conduzidos.

Antes, Steven Avery esteve preso durante 18 anos por um crime sexual que alega não ter cometido, mas que foi exonerado por evidências de ADN, em 2003. Dois anos depois, Avery e Dassey foram condenados pelo assassinato da fotografa da Auto Trader Magazine, Teresa Halbach.

Depois do lançamento da série, multiplicaram-se os pedidos para que o jovem e seu tio fossem libertados, a ponto de a Casa Branca receber uma petição com perto de 140 mil assinaturas, a pedir o perdão presidencial de Obama.

A Casa Branca respondeu que os dois acusados não foram condenados num processo federal, mas sim por vias judiciais do Estado do Wisconsin. Por esse motivo, o presidente não lhes podia conceder o indulto.