“Tenho pena que se tenha perdido esse pequeno avanço democrático”, disse, na sua última conferência de imprensa, a propósito de ter sido escolhido para o cargo através de um processo de seleção entre candidatos apresentados pelos grupos políticos do Parlamento Europeu (‘Spitzenkandidaten’), processo que foi abandonado para a nomeação da sua sucessora, Ursula von der Leyen, que assume funções no domingo.
“O euro e eu somos os únicos sobreviventes do tratado de Maastricht, com a minha partida fica só o euro”, sublinhou, na sala de imprensa da sede da Comissão Europeia, onde referiu ter-se deslocado 18 vezes durante os cinco anos de mandato.
Esclarecendo não ser “um homem de despedidas”, Juncker fez questão de responder uma última vez às questões de correspondentes acreditados junto da Comissão Europeia, em Bruxelas.
“Não vou deixar recados a Von der Leyen, a não ser o de que cuide da Europa”, disse também.
Respondendo a uma questão sobre as investigações ao assassínio de uma jornalista em Malta, Juncker recusou-se a comentar casos concretos, mas manifestou-se “muito preocupado” com o facto de o primado da lei não ser “suficientemente respeitado em mais do que um estado-membro”.
Juncker, que completa 65 anos em 09 de dezembro, foi primeiro-ministro do Luxemburgo entre 1995 e 2003, presidente do Eurogrupo (fórum informal dos ministros das Finanças da zona euro) e escolhido, em 2014, para ser o “Spitzenkandidat” do Partido Popular Europeu, tendo sucedido a José Manuel Durão Barroso na presidência do executivo comunitário em 01 de novembro desse ano.
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