“A UE reconhece as declarações feitas pelas autoridades iranianas nas quais se assumem responsáveis pelo incidente do voo PS752 da Ukraine International Airlines (UIA)”, indicou um porta-voz do Alto Representante para Política Externa da UE, num comunicado.

A mesma nota informativa acrescentou que a UE espera, e perante os compromissos assumidos pelo Presidente iraniano Hassan Rohani, que “o Irão continue a cooperar totalmente” e “realize uma investigação integral e transparente” sobre este caso, processo esse que “deve cumprir os padrões internacionais”.

“Devem ser tomadas medidas apropriadas para garantir que um acidente tão horrível não volte nunca mais a acontecer”, frisou o comunicado, que ainda lamenta a morte “de tantas pessoas de diferentes países” e reitera as “sinceras condolências” às famílias das vítimas.

Um Boeing 737 da companhia aérea privada ucraniana UIA despenhou-se na quarta-feira perto da capital do Irão, Teerão, provocando a morte de todas as 176 pessoas que seguiam a bordo.

A maioria das vítimas tinha nacionalidade iraniana e canadiana, mas também estavam a bordo cidadãos da Ucrânia, Suécia, Afeganistão, Alemanha e do Reino Unido.

O Irão admitiu hoje responsabilidades no derrube do aparelho, tendo informado que o avião civil ucraniano tinha sido abatido inadvertidamente por militares iranianos que o confundiram com um míssil de cruzeiro devido ao estado de alerta decretado por causa da recente escalada de tensão entre Washington e Teerão.

A declaração de Teerão surge depois de informações avançadas por alguns países, nomeadamente os Estados Unidos e o Canadá, terem indicado, na quinta-feira, que o aparelho poderia ter sido abatido, inadvertidamente, pelo sistema de defesa antiaéreo iraniano.

Na sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, numa reunião extraordinária em Bruxelas convocada para analisar a escalada das tensões no Médio Oriente, não conseguiram alcançar uma posição unânime em relação ao caso do Boeing 737.