“Não existem estudantes especializados na área da computação quântica nem na Faculdade de Engenharia nem na Universidade do Porto. Portanto, o que pretendemos é que os alunos, com estas sessões, se sintam motivados a estudarem física quântica, para que a faculdade possa, também, prestar mais atenção a essa área e possa, eventualmente, vir a criar um grupo de investigação”, afirmou Paulo Sá, à margem de um debate sobre Computação Quântica, que decorreu hoje na FEUP.
Segundo Paulo Sá, para além de estudantes, faltam também docentes especializados e o envolvimento de toda a comunidade nesta área, que acredita não estar apenas “constrangida ao mundo académico”.
“É fundamental incentivarmos para esta área os alunos, os docentes e a restante comunidade, porque o comboio da computação quântica já está a andar, mas está a andar lento, por isso, ainda vamos a tempo de saltar, não podemos é perder muito tempo”, metaforizou Paulo Sá.
Para o diretor do Departamento de Engenharia Física da FEUP, a solução passa ainda por levar os alunos “a trabalhar em centros especializados na área”, para que “quando regressarem trabalhem em parceria com a faculdade”.
“Colocar os alunos num bom centro, que já trabalhe na área há alguns anos, parece-nos o caminho mais certo, visto que os docentes, neste momento, trabalham em áreas específicas. A mudança de área demoraria alguns anos até que se tornasse produtiva, e seriam poucos os docentes disponíveis a fazê-lo”, acrescentou.
Já o professor Luís Miguel Martelo, também do Departamento de Engenharia Física da FEUP, alertou ainda para “a falta de tempo” dos docentes para darem formação nesta área, apesar da “recetividade dos alunos”, que acredita “estarem bastante preparados para a inovação”.
A FEUP deu hoje início ao primeiro debate sobre Computação Quântica, onde, para além dos desafios que se colocam a esta área, também se destacaram as suas vantagens, como a possibilidade de vir a tornar os computadores mais rápidos e a informação mais segura.
A Faculdade de Engenharia da Universidade Porto tem prevista a realização de mais três debates sobre esta área, que vão decorrer em outubro e novembro, e que contam com a participação de dois professores, um da Universidade do Minho e outro da Universidade da Florida, nos Estados Unidos da América.
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