No âmbito de um protocolo hoje assinado com o ISCTE e a Universidade Nova de Lisboa, no total, as instituições universitárias esperam ter mais 1220 camas até 2023, incluindo numa das alas do edifício centenário da estação de Santa Apolónia.

Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, explica esta parceria vai permitir dar resposta ao problema da falta de alojamento para estudantes a preços acessíveis.

“Queremos ajudar a fazê-lo, criando novas centralidades junto de estações ferroviárias existentes, potenciando dessa forma o transporte público”, sublinhou.

Para já, há cinco projetos pensados: o aproveitamento do edifício da estação de Santa Apolónia e a construção de residências nos terrenos envolventes de outras quatro estações ferroviárias: Carcavelos, em Cascais, Pragal, em Almada e, posteriormente, Monte Abrãao e Portela de Sintra, ambas em Sintra.

Segundo Carlos Fernandes, esta primeira fase será dedicada à avaliação da viabilidade destes projetos, mas o objetivo é que as residências possam abrir portas até ao início de 2023.

O protocolo de desenvolvimento de condomínios universitários na envolvente de estações ferroviárias na Área Metropolitana de Lisboa foi assinado hoje na estação de Santa Apolónia, numa cerimónia que juntou a Infraestruturas de Portugal, o ISCTE e a Universidade Nova de Lisboa.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, saudou a iniciativa, lembrando que o protocolo permite responder a dois grandes desafios do Governo e do ministério que tutela: a mobilidade e o acesso à habitação.

“Temos um grande problema de acesso à habitação e, em particular, da parte dos nossos estudantes, em aceder a residências acessíveis”, afirmou, acrescentando que é importante garantir que a situação financeira dos estudantes não seja impeditiva da sua entrada no ensino superior.

Esta questão foi também destacada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, que sublinhou a necessidade de democratizar o ensino superior, relembrando que o aumento do número de alunos no ensino superior, incluindo estudantes internacionais, é um objetivo do Governo que depende das condições de alojamento.

Além das vantagens para os estudantes e para as universidades, Pedro Nuno Santos reconheceu que esta parceria vem dar um destino ao património do Estado, considerando essencial que o Governo saiba usar os seus recursos, incluindo o património público, para “dar resposta a necessidades tão emergentes como o acesso à habitação”.

O protocolo de desenvolvimento de condomínios universitários insere-se no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, apresentado pelo Governo em 2018, que visa reforçar o alojamento para estudantes universitários, aproveitando edifícios do Estado desocupados para a criação de residências.