O físico, que faleceu quarta-feira, 14 de março, aos 76 anos, é coautor de um estudo teórico — denominado "A Smooth Exit from Eternal Inflation" — submetido a 4 de março, duas semanas antes da sua morte, e que procura provar a existência de universos paralelos.

De acordo com o The Sunday Times, o estudo será publicado assim que for revisto, não se sabendo ainda em que publicação. De acordo com o jornal, este trabalho explora os cálculos matemáticos necessários para enviar uma sonda para o Espaço profundo, para que esta possa recolher provas de universos paralelos com recurso a sensores capazes de medir radiação.

O estudo em causa foi realizado em parceria com Thomas Hertog, professor de Física, atualmente a trabalhar na Bélgica.

Este trabalho poderia tornar Hawking elegível ao Nobel que nunca ganhou em vida, todavia, estas distinções não são atribuídas postumamente.

O físico britânico Stephen Hawking, cujo trabalho na área da relatividade e dos buracos negros se destacou, morreu aos 76 anos de idade, na sua casa em Cambridge. Hawking é um dos cientistas com maior destaque desde o físico alemão Albert Einstein. A sua obra "Uma Breve História do Tempo" é um dos livros mais vendidos no mundo.

Apesar de sofrer de esclerose lateral amiotrófica desde os 21 anos, Hawking surpreendeu os médicos ao viver mais de 50 anos com esta doença fatal, caracterizada pela degeneração dos neurónios motores, as células do sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos.

Em 1985, uma grave pneumonia deixou-o a respirar por um tubo, forçando-o, desde então, a comunicar através de um sintetizador de voz eletrónico. Mas Hawking continuou a desenvolver as suas pesquisas na área da ciência, a aparecer na televisão e casou pela segunda vez.

Professor de matemática na universidade de Cambridge, Hawking fez parte de uma das mais importantes pesquisas no ramo da física, sobre a "Teoria de Tudo".

Aquela teoria resolveria as contradições entre a teoria geral da relatividade, de Einstein, que descreve as leis da gravidade que determinam o movimento de corpos como planetas, e a teoria da mecânica quântica, que lida com partículas subatómicas.

Para Hawking, aquela pesquisa era uma missão quase divina, pois dizia que encontrar a "Teoria do Tudo" permitiria à humanidade "conhecer a mente de Deus". Anos mais tarde, contudo, Hawking admitiu que aquela teoria talvez não exista.

Num outro livro, "O Universo Numa Casca de Noz", explica conceitos como a super gravitação, singularidade nua e a possibilidade de um universo com onze dimensões.

A combinação entre a sua obra e o facto de permanecer quase totalmente incapacitado - no final podia apenas contrair alguns músculos da cara - fez com que se tornasse um dos cientistas mais conhecidos do mundo.

Publicado em 2014, o filme "The Theory of Everything" (“A Teoria de Tudo”), retrata a sua vida e carreira académica.

(Notícia corrigida às 10h14)

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