"Sempre tivemos, enquanto colegas, um bom relacionamento com esta empresa, não tínhamos conhecimento de qualquer ato de violência e sempre prestou um bom serviço", garantiu à agência Lusa o porta-voz da comissão de trabalhadores formada após o fecho da discoteca, José Manuel Fortes.
A comissão, que representa os 100 trabalhadores da discoteca Urban Beach, afirma-se preocupada com o futuro de todas as 200 pessoas que trabalham no grupo K, que é também dono do restaurante Kais, em Lisboa, e da Casa da Praia, no Porto.
"Somos cerca de 200, no total, e isto vai impactar as nossas famílias. A comissão entende que estão em risco postos de trabalho", indicou José Manuel Fortes, que trabalha para o grupo há 27 anos.
José Manuel Fortes afirmou que os trabalhadores "não querem entrar no que é da Justiça, lamentam o que aconteceu, mas estão interessados em manter os seus postos de trabalho".
Na semana passada foi tornado público um vídeo que mostrava seguranças a agredir dois jovens junto à discoteca Urban Beach, em Lisboa.
Depois da divulgação do vídeo, o Ministério da Administração Interna ordenou o encerramento do espaço, na madrugada de sexta-feira, justificando a decisão não só com o episódio de quarta-feira, mas também com 38 queixas sobre a Urban Beach apresentadas à PSP desde o início do ano, por alegadas práticas violentas ou atos de natureza discriminatória ou racista.
A discoteca vai ficar fechada durante seis meses.
Os três seguranças foram ouvidos, no sábado, no Tribunal de Instrução Criminal, que decretou prisão preventiva para dois deles por suspeita de tentativa de homicídio, enquanto o terceiro saiu em liberdade, tendo-lhe sido imputado o crime de ofensa à integridade física.
"Nós queremos trabalhar. Esta situação desperta a atenção para a necessidade de mais segurança na noite. O nosso trabalho é proporcionar diversão a milhares de pessoas", salientou.
A comissão pediu hoje reuniões urgentes ao ministério da Administração Interna e ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
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