A mensagem é para "aguardar serenamente pela sua vez de ser vacinado". A garantia, por outro lado, é de que todos serão contactados para receber a vacina contra a covid-19.
"Não é preciso correr para as urgências, ir ao centro de saúde ou fazer telefonemas", disse António Costa. "Vão receber uma mensagem a dizer a hora e o local da vacinação. Têm simplesmente de aguardar e serão chamados pela sua vez. Quem não tem telemóvel receberá um telefonema ou uma carta", disse.
O primeiro-ministro falava aos jornalistas depois de uma visita ao hospital privado CUF Tejo, onde esteve acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido.
Salientando que Portugal está "dependente da produção [de vacinas] por parte da indústria" e que "é importante que esta indústria consiga aumentar a capacidade de produção", o primeiro-ministro lembrou que "só retomaremos a normalidade quando todos estivermos vacinados ou quando pelo menos 70% das pessoas estiverem vacinadas".
"Essa é a luta que estamos a fazer", reiterou.
E nessa luta, segundo dados partilhados pela ministra da Saúde minutos antes de António Costa tomar a palavra, Portugal tem 3,6 pessoas vacinadas por cada 100 habitantes.
Em valores absolutos, adiantou a ministra, mais de 378 mil primeiras doses já foram administradas e cerca de 100 mil profissionais de saúde foram vacinados, ou seja, receberam as duas doses previstas.
"Neste momento, a nossa principal dificuldade é ainda o número escasso de vacinas para as pessoas que queremos vacinar", disse Marta Temido, reconhecendo porém que é necessário trabalhar no sentido de melhorar a organização do processo de vacinação.
"Este é um processo que conseguiremos fazer com sucesso, assim saibamos manter um espírito de foco sobre o essencial, com um trabalho que tem de ser cada vez mais organizado e metódico", disse.
A mensagem tranquilizadora de Costa de Temido tem lugar depois de semanas em que se multiplicaram os casos de vacinação indevida, em que os centro de saúde diziam ainda esperar orientação da tutela sobre a nova fase da vacinação — de pessoas com mais de 80 anos e com mais de 50 anos e patologias associadas — e que culminou com a demissão do responsável da 'task force' do plano de vacinação, Francisco Ramos, sendo substituído pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.
300 camas covid e 700 camas não covid. Os privados na linha frente com o SNS
Durante esta visita, António Costa deixou um agradecimento aos hospitais privados que, desde março, têm colaborado com o Serviço Nacional de Saúde.
"Quero aqui deixar uma palavra de agradecimento, porque uma coisa é a agitação do debate político e outra coisa é a realidade. Desde março temos estado em contacto, temos trabalhado juntos, e o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os hospitais privados e do setor social, ou das Forças Armadas, têm estado mobilizados sempre que necessário para responder a esta situação de pandemia", sustentou o líder do executivo.
Atualmente, disse,"temos 53 acordos em todo o país com instituições dos setores privado e social, 13 dos quais, especificamente, para tratamento de doentes covid-19. No momento em que cada cama é absolutamente essencial, a existência de mais 300 camas disponibilizadas pelo setor privado no seu conjunto é muito importante", frisou.
O primeiro-ministro apontou ainda que haverá mais 700 camas disponibilizadas pelo setor privado, reforçando "um conjunto de convenções" para o atendimento de doentes não covid-19 que necessitam de tratamento.
No final da sua intervenção, António Costa reforçou a importância do uso de máscara, da desinfeção das mãos e do distanciamento social, porque o maior contributo que se pode dar atualmente a quem está na linha da frente do combate à covid-19 é "evitar estarmos doentes".
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