Uma variante do SARS-CoV-2 [vírus que provoca a covid-19] com mutações que são potencialmente preocupantes, e que foi identificada pela primeira vez na Índia, foi agora detetada no Reino Unido, noticia o The Guardian.

De acordo com a última atualização realizada pela Public Health England (PHE), no total, no Reino Unido, foram reportados 77 casos associados à variante conhecida como B.1.617, até 14 de abril. Destes, 73 foram registados em Inglaterra e quatro na Escócia.

A B.1.617 é uma "variante sob investigação”, mas caso as preocupações se confirmem, como caso seja mais infeciosa ou mais resistente à resposta imunitária do organismo, então pode ser designada como "variante de preocupação" (“varient of concern”, também referida pela sigla em inglês VOC).

O Reino Unido tem apresentado várias "variantes de preocupação", além das primeiras detetadas em Kent (a variante do Reino Unido), já foram também identificadas as de África do Sul e Brasil.

A variante B.1.617 foi detetada pela primeira vez na Índia, mas desde então tem sido encontrada noutros locais, incluindo a Califórnia, e tem preocupado os especialistas, uma vez que contém duas mutações na proteína ‘spike’, o que, segundo foi sugerido, pode aumentar a sua capacidade de escapar às respostas imunitárias do corpo. Além disso, pensa-se que a variante também pode ser capaz de nos infetar mais facilmente.

Para o Paul Hunter, professor de medicina na Universidade de East Anglia, a chegada da variante da Índia é potencialmente preocupante. No entanto, é necessária mais investigação para explorar o papel destas mutações e o impacto que podem ter.

A notícia da chegada da variante da Índia ao Reino Unido surgiu à medida que os testes foram alargados em Londres, numa tentativa de controlar a propagação de variantes do coronavírus.

A Índia está a sofrer uma onda crítica de infeções pelo novo coronavírus, embora não seja claro se a variante B.1.617 está a ter influência no crescimento do surto.