A luta contra as alterações climáticas e a guerra na Ucrânia dominam os temas favoritos nas casas de apostas antes do anúncio do galardão, o único dos Nobel a ser atribuído pelo Comité Nobel Norueguês.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o jornal digital The Kyiv Independent ou o povo ucraniano têm surgido nos primeiros lugares nas casas de apostas, embora as suas hipóteses reais sejam aparentemente reduzidas.
O prazo para o envio de candidaturas terminou a 31 de janeiro, quase um mês antes do início da intervenção militar russa na Ucrânia (em 24 de fevereiro).
No entanto, os membros do Comité Nobel Norueguês podem propor os seus próprios candidatos na primeira reunião do Comité, que este ano teve lugar no início de março.
Antes de anunciar o vencedor, às 11:00 em Oslo (10:00 em Lisboa), o Comité Nobel apenas divulga o número de candidatos, que este ano foi de 343 (251 dos quais são pessoas e 92 organizações). Um número superior aos 329 candidatos do ano passado e o segundo mais elevado de sempre, pertencendo o recorde aos 376 candidatos nomeados em 2016.
Como acontece também nas outras categorias, as identidades de quem nomeia e dos nomeados ao prémio Nobel da Paz só podem ser divulgadas 50 anos após a nomeação, assim como investigações e pareceres relacionados com a atribuição de um prémio.
O Papa Francisco, o ativista russo Alexei Navalny, o documentarista de História Natural britânico David Attenborough, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dissidente bielorrussa Svetlana Tsikhanouskaya ou o Tribunal Internacional de Haia constam entre os potenciais vencedores do galardão no ano em curso.
Igualmente entre os candidatos ao galardão apontados pelos ‘media’ internacionais estão a ambientalista Greta Thunberg, o Governo de Unidade Nacional de Myanmar (antiga Birmânia), formado por opositores ao golpe de Estado ocorrido no ano passado, e os ativistas de Hong Kong Agnes Chow e Nathan Law.
Além destes, outra potencial candidata é a organização sem fins lucrativos Campaign for Uyghurs (Campanha pelos Uigures), fundada e dirigida por Rushan Abbas, uma ativista da minoria muçulmana uigur que acusa de genocídio as autoridades da República Popular da China.
Em 2021, o galardão foi atribuído aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, pela defesa da liberdade de imprensa e de expressão.
A cerimónia de entrega do Nobel da Paz realiza-se a 10 de dezembro (no dia da morte de Alfred Nobel) em Oslo, na Noruega, onde os laureados recebem o prémio, que consiste numa medalha e num diploma, juntamente com um documento que confirma o montante monetário do galardão, que este ano é de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 919 mil euros, no câmbio atual) a dividir pelas várias categorias.
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