“Informamos que nos reuniremos de novo de 3 a 6 de setembro”, pode ler-se num comunicado conjunto sobre o processo de negociação e de diálogo na Venezuela, divulgado na rede social Twitter pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega, que está a mediar os encontros.

O documento começa por explicar que, “no seguimento do Memorando de Entendimento assinado a 13 de agosto na Cidade do México (…), o Governo da República Bolivariana da Venezuela e a Plataforma Unida da Venezuela” confirmam que realizaram “reuniões construtivas com a facilitação do Reino da Noruega, a 14 e 15 de agosto”.

“Reconhecendo a importância da inclusão, discutimos o estabelecimento de um mecanismo de consulta com atores políticos e sociais que seja o mais inclusivo possível”, lê-se ainda no comunicado.

“Queremos reiterar o nosso compromisso com as diretrizes estabelecidas, inclusive adotando a máxima precaução no que diz respeito ‘à reserva’ [sigilo] do processo, e sendo prudentes e concisos nos nossos comentários sobre esse assunto”, prossegue a nota.

“Finalmente, gostaríamos de expressar o nosso profundo apreço pelas expressões de apoio ao processo de negociação e diálogo, por parte dos membros da comunidade internacional”, conclui.

Representantes do Governo do Presidente e da oposição aliada de Juan Guaidó iniciaram na sexta-feira uma nova ronda de negociações, no México, com a mediação da Noruega, com a assinatura de um acordo de entendimento.

No documento, manifesta-se a intenção de chegar a um acordo sobre “as condições necessárias para que se realizem os processos eleitorais consagrados na Constituição, com todas as garantias, entendendo que é uma necessidade levantar as sanções internacionais” impostas a Caracas.

Na agenda estão temas relacionados com “direitos políticos para todos, garantias eleitorais para todos, o levantamento das sanções, o respeito pelo Estado constitucional, a coexistência política e social, proteção da economia venezuelana e garantias para a implementação e acompanhamento dos acordos”.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democráticas.

Segundo diversas organizações, 5,6 milhões de venezuelanos abandonaram o país desde 2015, fugindo da crise.

A Organização de Estados Americanos (OEA) alertou recentemente que o emigração de venezuelanos poderá atingir os sete milhões até ao primeiro trimestre de 2022, superando os 6,7 milhões do êxodo da Síria.