• Portugal reconheceu hoje, 4 de fevereiro, a legitimidade de Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela, com a missão de organizar eleições presidenciais livres e justas. “Portugal reconhecerá e apoiará a legitimidade do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como Presidente interino, nos termos constitucionais venezuelanos, com o encargo de convocar e organizar eleições livres, justas e de acordo com os padrões internacionais”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros numa conferência de imprensa em Lisboa. Augusto Santos Silva anunciou também que irá, ele próprio, à primeira reunião ministerial do Grupo de Contacto constituído pela União Europeia, que integra países europeus e latino-americanos.
  • Também o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou esta segunda-feira, em Madrid, que a Espanha reconhece o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela.
  • França juntou-se ao grupo, reconhecendo o presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, como presidente encarregado de organizar um processo eleitoral.  O Presidente francês, Emmanuel Macron, deixou a seguinte mensagem no Twitter."Os venezuelanos têm o direito de se exprimir livremente e democraticamente. A França reconhece @jguaido como 'presidente encarregado' para implementar um processo eleitoral", escreve o chefe de Estado francês. Macron acrescenta ainda que o seu governo apoia o grupo de contacto internacional constituído pela União Europeia para ajudar na organização de novas presidenciais na Venezuela. A primeira reunião deste grupo realiza-se em 07 de fevereiro em Montevideu.
  • A Alemanha também reconheceu Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela, pedindo-lhe que prepare "rapidamente" novas eleições, anunciou a chanceler alemã, Angela Merkel. Guaidó "é o Presidente interino legítimo do ponto de vista alemão e também para muitos países europeus", indicou Angela Merkel, numa reunião, em Tóquio, com o seu homólogo japonês. "[Juan] Guaidó é agora a pessoa com quem estamos a falar e esperamos que inicie um processo eleitoral o mais rápido possível", realçou a chanceler alemã, após a recusa do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em responder favoravelmente ao ultimato que tinha sido lançado por vários países europeus para organizar novas eleições presidenciais.
  • Foi pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, que o Reino Unido anunciou o reconhecimento do presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, como Presidente interino da Venezuela. "Nicolas Maduro não organizou eleições presidenciais no prazo de oito dias que nós fixámos. Por isso, o Reino Unido e os seus aliados reconhecem a partir de agora @jguaido como Presidente constitucional interino até que possam ser organizadas eleições credíveis", escreveu o chefe da diplomacia britânica numa mensagem no Twitter. 
  • Numa mensagem em castelhano, publicada no Twitter, o primeiro-ministro da Áustria, Sebastian Kurz reconheceu o o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. O líder austríaco escreveu: "O regime de Maduro recusou-se até agora a aceitar eleições presidenciais livres e justas. Por esta razão, consideramos a partir de agora o Presidente @jguaido como presidente interino legítimo, de acordo com a Constituição venezuelana."
  • O Governo sueco reconheceu como Presidente interino da Venezuela o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, e pediu ainda uma solução política e pacífica para a crise no país."Nesta situação, apoiamos e consideramos Guaidó como o Presidente interino legítimo", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Margot Wallström, à televisão pública SVT.A ministra assegurou que a Suécia "nunca" reconheceu as eleições presidenciais do ano passado, parcialmente boicotada pela oposição e na qual o Presidente Nicolás Maduro venceu, considerando Guaidó como "o único representante legítimo do povo venezuelano".
  • Dinamarca antecipou-se e reconheceu Guaidó no domingo como Presidente interino. Numa mensagem publicada na rede social Twitter, Anders Samuelsen, ministro dos Negócios Estrangeiros, escreveu: "Acabei de falar com @jguaido e expressei o total apoio da Dinamarca na luta do povo venezuelano pela democracia. Uma boa conversa com um homem incrivelmente corajoso. Última oportunidade para o regime corrupto de Maduro optar pelo caminho da democracia".

Também a Bélgica, a Croácia, a Estónia, a Finlândia, a Hungria, a Letónia, a Lituânia, o Luxemburgo, os Países Baixos, a Polónia e a República Checa fazem parte da lista de países que reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

Os 19 países da União Europeia assinaram hoje uma declaração conjunta.

Após assinalar que os países “constatam que o Senhor Nicolás Maduro optou por não dar início ao processo eleitoral”, o texto esclarece que “de acordo com o estabelecido pela Constituição da venezuelana, os referidos Estados Membros da UE reconhecem e apoiam o Senhor Juan Guaidó, Presidente da Assembleia Nacional democraticamente eleita, como Presidente interino da Venezuela, com o encargo de convocar eleições presidenciais livres, justas e democráticas”.

Na declaração, os signatários precisam que aprovaram esta decisão pelo facto de Nicolás Maduro não ter “adotado os procedimentos legais necessários para pôr em marcha o processo eleitoral”.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou no domingo a possibilidade de abandonar o poder ou de convocar novas eleições presidenciais no país, porque não aceita “ultimatos de ninguém”.

No dia 26 de janeiro, vários Estados Membros da União Europeia (UE) instaram Nicolás Maduro a adotar os procedimentos legais necessários para que eleições presidenciais democráticas fossem anunciadas num prazo de oito (8) dias, recordam no texto os países signatários.

Falando ao canal televisivo espanhol La Sexta, Maduro sustentou que “[o Presidente dos Estados Unidos] Donald Trump impôs ao Ocidente uma política equivocada” sobre a Venezuela e declarou: “Não vamos submeter-nos”.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

[Última atualização às 21h22 - Atualiza para 19 o número de países que apoiam Juan Guaidó]