"Só pode haver uma saída política, pacífica e democrática, para as múltiplas crises da Venezuela", afirmou Isabel Brilhante Pedrosa.

A embaixadora da UE falava aos jornalistas na residência oficial do embaixador de Itália, Silvio Mignano, onde decorreu uma conferência de imprensa para o lançamento de um concurso de arte contemporânea para assinalar os 500 anos da morte do artista e cientista italiano Leonardo da Vinci.

"A União Europeia condena qualquer forma de violência e pede a máxima moderação para evitar a perda de vidas humanas e uma escalada de tensões", frisou Isabel Brilhante Pedrosa.

Segundo a embaixadora, neste momento estão a ser desenvolvidos esforços no âmbito do Grupo Internacional de Contacto para a Venezuela, que reúne hoje e na terça-feira.

Durante a conferência de imprensa a responsável da União Europeia apresentou o programa cultural da embaixada, para assinalar o mês da Europa (maio) na Venezuela.

Do programa fazem parte um dia aberto na Embaixada Portuguesa, a iniciativa “Falamos Português", no Colégio San Agustín de Caracas e na Universidade Pedagógica Experimental Libertador, e um Encontro Cultural de Clubes Europeus, no Centro Português de Caracas.

Uma nova reunião ministerial entre países da União Europeia, incluindo Portugal, e latino-americanos para abordar a crise na Venezuela arrancou hoje na Costa Rica, com o objetivo de intensificar os esforços diplomáticos para uma solução "política, pacífica e democrática".

A terceira reunião ministerial do Grupo Internacional de Contacto para a Venezuela, que termina na terça-feira na capital costa-riquenha, São José, acontece numa altura em que a crise política naquele país voltou a intensificar-se, com uma nova escalada dos protestos populares e do braço-de-ferro entre a oposição venezuelana e o regime de Caracas liderado pelo Presidente contestado Nicolás Maduro.

Além de Portugal, integram o Grupo Internacional de Contacto para a Venezuela outros sete países europeus (Espanha, Itália, Reino Unido, Holanda, Alemanha, França e Suécia), a UE, e quatro países latino-americanos (Costa Rica, Equador, Uruguai e Bolívia).

A legitimidade do regime do Presidente Nicolás Maduro é questionada há vários meses internamente, pela oposição e pela população nas ruas, mas também a nível internacional.

No final de janeiro deste ano, o presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se Presidente interino da Venezuela e foi quase de imediato reconhecido por mais de 50 países, indicando ser seu objetivo conduzir o país à realização de “eleições livres e transparentes”.

À crise política na Venezuela soma-se a uma grave crise económica e social que já levou mais de três milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.