“A declaração é muito clara quando assinala que, do nosso ponto de vista, as eleições realizadas ontem [domingo] na Venezuela não cumpriram os requisitos mínimos em termos de transparência, em termos de liberdade e em termos de justiça, de igual acesso das forças políticas as candidaturas devidas”, sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa.

Augusto Santos Silva falava aos jornalistas à saída do Conselho de Negócios Estrangeiros, que reúne o conjunto dos chefes de diplomacia da UE.

O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu ainda que os chefes da diplomacia da UE entenderam “que não foi com estas eleições que se resolveu o impasse institucional e a crise política profunda que se vive na Venezuela”.

“Por isso mesmo, renovamos a nossa posição relativa à necessidade de uma solução política, pacífica e interna da crise política interna que passa pela realização de eleições livres, justas, transparentes e escrutináveis internacionalmente”, sublinhou Augusto Santos Silva.

O ministro dos Negócios Estrangeiros salientou também que, durante a sua intervenção na reunião entre os ministros, especificou que a resposta europeia às eleições na Venezuela deveria passar por três critérios.

Além de um critério de legalidade, a decisão da UE também deveria ter em consideração o apoio político às “forças políticas e sociais que na Venezuela lutam pela democracia, pelos direitos humanos, e pela urgência de implementar a ação humanitária”.

O chefe da diplomacia portuguesa frisou ainda que a UE deve procurar uma decisão que fortaleça a posição da UE segundo a qual “a crise venezuelana não se resolve senão internamente”.

A aliança de partidos que apoiam o Governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro venceu as eleições legislativas de domingo, com 67,6% dos votos, quando foram contados 82,35% dos boletins, anunciou hoje o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Até agora, foram contados 5.264.104 votos, dos quais 3.558.320 foram para o Grande Polo Patriótico (GPP), em eleições contestadas pela oposição, que apelou ao boicote.