“Ou o PSD entende que tem que fazer estas reformas estruturais com o Chega, em vez de apelar a moderações e a menos radicalização, ou então não contará com o Chega, nem para nenhum governo, nem para nenhuma base de incidência parlamentar”, declarou Ventura no Algarve, questionado pelos jornalistas sobre o que o distanciava do partido liderado por Rui Rio.
Falando à entrada de um jantar-comício em Almancil, no concelho de Loulé, André Ventura reiterou que não vai fazer “arranjinhos à porta fechada” com nenhum partido, sublinhando que, no caso do PSD, a “bola” está do lado do partido: “A bola não está do nosso lado, ao contrário do que disse o dr. Rui Rio, a bola está do lado do PSD”.
Segundo André Ventura, o partido vai agora formalizar projetos de revisão constitucional em matéria de combate à grande criminalidade, reforma do sistema político, de redução do número de políticos, de castração química de pedófilos e de prisão perpétua.
“É preciso perguntar ao Dr. Rui Rio o que é que ele vai fazer em relação ao projeto de revisão constitucional que o Chega vai apresentar já no início de setembro, quando voltarmos à sessão legislativa”, frisou o presidente e deputado único do Chega.
André Ventura acrescentou ainda já ter dito a Rui Rio e também a todos os que falaram consigo: “o Chega não é o CDS. E portanto não contem com o Chega para nenhum acordo de muleta”, reforçou.
Relativamente às declarações de António Costa em ‘off’ à margem de uma entrevista ao Expresso, em que chamou os médicos de cobardes, no âmbito do surto de covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz, André Ventura disse estar “espantado” com o silêncio da “grande maioria” do PSD, assim como do BE e do PCP.
“Se fosse André Ventura a fazer aquelas declarações, da direita à esquerda, tinham-se multiplicado os ataques, as insinuações, as afirmações, os pedidos de demissão, de responsabilidades, etc.”, concluiu.
Antes do início do jantar comício, junto à vedação do espaço onde decorria o evento, concentraram-se uma dezena de manifestantes envergando camisolas pretas e cartazes de protesto contra o Chega, que seriam pouco depois retirados do local pela GNR.
A primeira ‘rentrée’ política do Chega decorreu num clube onde funciona um restaurante e que é simultaneamente um espaço de diversão noturna, em Almancil, no concelho de Loulé, reunindo 400 pessoas, de acordo com a organização.
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