Sarah Everard, de 33 anos, tinha visitado amigos em Clapham, sul de Londres, e estava a regressar a sua casa em Brixton, a cerca de 50 minutos a pé, quando desapareceu por volta das 21:30 do dia 3 de março.

A Polícia Metropolitana de Londres recebeu mais de 120 telefonemas de pessoas após um apelo público e foi a cerca de 750 casas na área, tendo detido um homem de cerca de 40 anos, agente policial membro da unidade responsável pela segurança de representações diplomáticas e políticos.

Inicialmente suspeito de rapto, foi também acusado de homicídio, e os restos mortais de Sarah foram encontrados num bosque perto da cidade de Ashford, no sudeste de Londres.

As circunstâncias do desaparecimento de Sarah Everard chocaram e comoveram muitas mulheres que se identificaram com o risco de caminharem sozinhas à noite.

De acordo com uma sondagem YouGov da ONU Mulheres do Reino Unido, 80% das mulheres de todas as idades disseram terem sido vítimas de assédio em locais públicos, com 97% das mulheres com idades entre os 18-24 confirmado que foram assediadas sexualmente.

Para assinalar o que aconteceu com Sarah e em protesto por todas as mulheres, foi organizada uma manifestação — que foi proibida pela polícia devido às restrições contra a covid-19.

Todavia, centenas de pessoas reuniram-se no sábado em Londres numa vigília, tendo ocorrido confrontos entre os presentes e a polícia, uma vez que desafiaram o pedido das autoridades para que dispersassem, conta o The Guardian.

Vídeos gravados no local mostram a polícia a discutir com manifestantes e é possível ver agentes do sexo masculino a agarrarem várias mulheres e a algemarem-nas. No total, quatro pessoas foram detidas.

Sadiq Khan, presidente da Câmara de Londres, criticou a atuação da polícia londrina, numa publicação no Twitter.

"A polícia tem a responsabilidade de fazer cumprir as leis da covid, mas nas imagens que vi é claro que a resposta por vezes não foi nem apropriada nem proporcional", escreveu.

No local esteve também Kate Middleton, duquesa de Cambridge, a prestar homenagem a Sarah Everard. Algumas pessoas na vigília seguravam cartazes com algumas mensagens, como por exemplo "Não seremos silenciadas" e "Ela estava apenas a regressar a casa".