Para além dos Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) do Porto e de Coimbra, os doentes passam a ter transporte para todas as unidades hospitalares destas cidades e também para as de Vila Real.
A medida apresentada pelo presidente Luís Fernandes, e aprovada na reunião de câmara de segunda-feira, passa a abranger também todos os doentes oncológicos do concelho transmontano, “independentemente dos seus rendimentos”.
A decisão terá efeitos imediatos, segundo ainda o município.
A Câmara de Vinhais decidiu disponibilizar este apoio depois dos cortes nos transportes de doentes, feitos pelo Governo em 2013, que levaram muitas pessoas a desistir de tratamentos e consultas por dificuldades financeiras.
Os doentes do Nordeste Transmontanos são obrigados a deslocações de centenas de quilómetros para serem tratados, por na região não existirem respostas nas unidades de saúde.
Outros municípios do distrito de Bragança decidiram colmatar a falta deixada pela medida governamental e disponibilizaram transporte aos doentes dos respetivos concelhos, nomeadamente Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e mais recentemente Carrazeda de Ansiães.
O presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, disse hoje à Lusa que, desde 2014, a autarquia já apoia “à volta de 110” doentes oncológicos.
Inicialmente, o transporte era feito duas vezes por semana. Atualmente “é praticamente todos os dias”, como indicou o autarca.
A câmara tenta articular-se, como explicou, com os hospitais, para que os doentes possam, sempre que possível, ser atendidos de maneira a que as deslocações sirvam o maior número possível.
Para este serviço gratuito, a autarquia disponibilizou uma carrinha de nove lugares, para os dias em que é preciso transportar mais doentes, e uma viatura de cinco lugares, quando o número é mais reduzido.
Tanto as viaturas como os motoristas são do município que, como disse o presidente, tem um custo anual a rondar os “12 mil a 15 mil euros” com este serviço.
O autarca socialista afirmou que “o que mais interessa, neste momento, é resolver o problema das pessoas". Contudo entende que a questão de o Governo central voltar a assumir o custo do transporte destes doentes “é um assunto que, a seu tempo,” deve ser colocado.
“Fará todo o sentido ser o Governo central a assumir o transporte”, considerou, defendendo que esta questão deverá ser colocada ao nível da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, que se encontra em processo de reorganização, na sequência das eleições Autárquicas de outubro.
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