Tratou-se da primeira deslocação de Kim ao exterior, desde que ascendeu ao poder, em dezembro de 2011, e antecede as cimeiras deste com o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, no final de abril, e com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em maio.

A China é o mais importante aliado da Coreia do Norte, apesar do recente distanciamento entre os dois países, devido à insistência do regime norte-coreano em avançar com um programa nuclear.

Para além da afinidade ideológica, Pequim e Pyongyang combateram lado a lado na Guerra da Coreia (1950-53) e cerca de 90% do comércio externo da Coreia do Norte é feito com a China.

Analistas consideram que Pyongyang não quer transmitir a mensagem de que a China foi posta de lado enquanto faz uma aproximação diplomática aos EUA e Coreia do Sul.

Ao reforçar os laços com a China, a Coreia do Norte envia também uma mensagem a Washington e Seul de que tem outras opções caso o diálogo fracasse.

A agência noticiosa oficial da Coreia do Norte KCNA disse que os dois lideres realizarem uma "profunda" troca de opiniões sobre as relações bilaterais e a segurança na península coreana.

A KCNA refere, sem avançar com mais detalhes, que Kim apelou a um reforço da "comunicação estratégica" e da "cooperação tática e estratégica", visando impulsionar a unidade e cooperação entre aliados tradicionais e elevar as relações ao próximo nível.

"É o mais apropriado que a minha primeira visita ao estrangeiro seja à capital da República Popular da China, como é também um dos meus deveres valorizar a amizade entre a China e a Coreia do Norte da mesma forma que valorizo a minha própria vida", afirmou Kim, durante um banquete oferecido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, segundo a agência.

O líder norte-coreano foi acompanhado da sua mulher, Ri Sol Ju, e vários altos quadros de Pyongyang, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ri Yong Ho, e altos funcionários do Partido dos Trabalhadores, Choe Ryong Hae, Ri Su Yong e Kim Yong Chol.

"O Norte obviamente acredita que manter a sua tradicional relação com a China permite-lhe ter maior influência sobre os Estados Unidos", diz Koh Yu-hwan, especialista em assuntos da Coreia do Norte, da universidade sul-coreana de Dongguk, citado pela agência Associated Press.

"Mesmo que o diálogo com Seul e Washington corra bem à Coreia do Norte, o país continuará a precisar da ajuda da China. E caso não funcione, a Coreia do Norte definitivamente precisará do apoio da China", acrescenta.

A visita de Kim ocorre também numa altura em que a economia norte-coreana é fortemente atingida pelas sanções impostas pelas Nações Unidas, devido ao programa nuclear e com misseis balísticos empreendido por Pyongyang.

As provocações do regime levaram Pequim a distanciar-se e a aprovar aquelas sanções no Conselho de Segurança da ONU.

Pequim restringiu ainda o fornecimento de petróleo ao país vizinho, levando o regime a procurar agora uma solução diplomática.

A China não quer ter uma ameaça nuclear nas suas fronteiras, mas não deseja também o colapso de um regime que serve como um tampão entre a fronteira chinesa e a Coreia do Sul, país aliado dos Estados Unidos.

Caso o diálogo com a Coreia do Sul e os Estados Unidos fracasse, Pyongyang poderá voltar a exibir as suas capacidades nucleares.

Du Hyeogn Cha, pesquisador do Instituto de Estudos políticos de Asan, em Seul, considera que, naquele caso, a Coreia do Norte procurará que a China não se comprometa a reforçar ainda mais as sanções.

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