O ministro dos Negócios Estrangeiros russo anunciou o encontro durante a reunião com o homólogo chinês, Wang Yi, em Pequim.

Wang também confirmou a participação de Putin no 3.º Fórum da Faixa e Rota, o gigantesco projeto de infraestruturas internacional lançado pela China, a convite de Xi.

O chefe da diplomacia chinesa previu que a participação de Putin no fórum e o seu diálogo com Xi “vão ser muito úteis” para o progresso da interação estratégica entre Pequim e Moscovo.

Lavrov afirmou que a Rússia está interessada em que o fórum seja "bem-sucedido".

“Estou certo de que será. O facto de quase 150 delegações de vários países e organizações participarem no fórum sublinha a importância deste projeto e as suas muito boas perspetivas", acrescentou.

Também o Presidente russo afirmou, numa entrevista concedida ao China Media Group antes da sua deslocação a Pequim, que espera o melhor do fórum.

“Talvez seja demasiado cedo para insistir nisso, mas tenho a certeza de que vão ser assinados contratos, estabelecidos novos contactos entre os agentes económicos e chefes de governo", afirmou.

Putin acrescentou que as propostas russas têm várias páginas e que “cada projeto pode representar algo em que trabalharemos durante mais de um ano, talvez uma década".

Putin disse ainda que não tem dúvidas de que o comércio entre Rússia e China vai atingir os 200 mil milhões de dólares que ele e Xi estabeleceram como objetivo até ao final do ano.

O líder russo sublinhou ainda que os dois países têm uma cooperação intensa no domínio da energia, especialmente no fornecimento de petróleo e gás.

A nível geopolítico, Lavrov sublinhou que as relações entre Rússia e China são um “fator fundamental" para a estabilidade do mundo e que ambas as nações estão empenhadas na multipolaridade e não no “pensamento colonial” dos Estados Unidos.

Lavrov afirmou que a Rússia está interessada em fazer com que o 3º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota seja um “sucesso".

Designado por Xi como o “projeto do século”, a Iniciativa Faixa e Rota foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa.

As empresas chinesas construíram portos, estradas, linhas ferroviárias, centrais elétricas e outras infraestruturas em todo o mundo, numa tentativa de impulsionar o comércio e o crescimento económico.

O programa cimentou o estatuto da China como líder e credora entre os países em desenvolvimento.

Segundo um estudo realizado pela AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares por ano em projetos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança como principal financiadora internacional.

O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017.