Foi assim que Filipe, de 33 anos e residente em Algueirão Mem Martins e Mercês, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, partilhou a sua experiência com o Papa Francisco no Encontro com os Voluntários, hoje no Passeio Marítimo de Algés e fechou a JMJ.

“Toda a paróquia se envolveu durante este ano na preparação da Jornada. Os mais velhos rezaram muito para que o trabalho dos voluntários corresse da melhor forma possível (…). As crianças da catequese, por seu lado, foram conhecendo o que eram as Jornadas, foram participando na angariação de bens para a estadia dos peregrinos e sonham ainda mais pelo dia em que poderão estar numa JMJ no futuro”, relatou emocionado.

Para Filipe, este é o desafio da JMJ: “não deixar que o trabalho feito se esgote nesta semana que vivemos, mas que o levemos para o futuro em cada uma das nossas paróquias”.

O voluntário considerou ainda que “resumir a experiência da JMJ é uma tarefa impossível de fazer” porque, “apesar de ser um encontro de milhares de jovens que celebram a sua fé, é acima de tudo um encontro muito pessoal com o Senhor” e é da junção destes dois fatores “que nasce a experiência de cada voluntário e de cada peregrino”.

“Uma experiência única” foi como a alemã Chiara, de 18 anos, começou por descrever como foi viver e trabalhar na JMJ.

Apesar de ter sentido saudades de casa, a jovem disse ao Papa que ter sido voluntária na Jornada proporcionou-lhe a “experiência única de que a fé compartilhada dá uma alegria incrível”.

“Seja no trabalho com os voluntários, nos encontros com os peregrinos ou na missa, pude sentir esta profunda alegria que até agora nada nem ninguém me pôde dar e que tenho procurado, às vezes conscientemente e às vezes inconscientemente, por vários anos”, afirmou.

Já o português Francisco, de 24 anos, disse que encarou a JMJ como uma peregrinação e que esta foi uma experiência de grande crescimento pessoal.

Envergando uma t-shirt branca com o número 1 e o nome Francisco nas costas, o voluntário afirmou que, ao longo da vida, sempre fez voluntariado, “desde animar crianças, entregar comida a quem precisa, fazer companhia aos mais velhos, pintar paredes”.

Ao Papa, frisou que a JMJ o ajudou a preparar-se para o futuro e transformar o medo que sentia ao encará-lo em motivação.

“Este Francisco que reconheci nos outros que comigo partilharam e continuam a partilhar as tristezas e felicidades da vida, hoje chega aqui, com o sentido de dever cumprido e com um caminho trilhado com passos de fé”, disse.

E esse caminho, “rodeado de Deus e dos outros, sendo eu próprio, coerente com o meu eu dentro e fora da igreja, me permite hoje aqui dizer aquilo que de melhor aprendi, que antes tinha medo de dizer mas que hoje não tenho mais, e que certamente o digo também dando voz aos jovens aqui presentes: Eu quero ser santo”, concluiu, recebendo aplausos.

Agora que a JMJ está a terminar, o voluntário disse que vai deixar “muitas memórias, sorrisos e saudades”.

A Jornada Mundial da Juventude de Lisboa começou na terça-feira e termina hoje.

Depois do Encontro com os Voluntários, que contou com a presença de algumas centenas de jovens, o Papa Francisco ruma à Base Aérea de Figo Maduro, onde vai apanhar o avião de regresso a Roma.

Segundo a Santa Sé, cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram na JMJ em Lisboa.