“O mundo inteiro viu as atrocidades da guerra da Rússia, mas ainda há quem culpabilize o invadido, em vez do invasor, culpam a sede de liberdade dos ucranianos, em vez da ânsia de poder de [Vladimir] Putin”, disse Ursula von der Leyen, durante um debate sobre as prioridades da presidência húngara do Conselho da União Europeia (UE).

No debate, que se realizou no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), a presidente do executivo comunitário não referiu Viktor Orbán, mas aludiu às posições do seu Governo, por vezes menos críticas e mais alinhadas com Moscovo, logo após a intervenção de Viktor Orbán.

“Quero perguntar-lhes se também culpabilizam os húngaros pela invasão soviética em 1956, ou os checos e os eslovacos pela repressão soviética em 1968”, completou a presidente da Comissão Europeia.

O primeiro-ministro húngaro é um dos maiores críticos ao apoio prestado pela União Europeia à Ucrânia, desde o início da invasão russa, há quase mais de dois anos e meio.

Orbán e o seu Governo bloquearam pacotes de ajuda macrofinanceira, em várias ocasiões opinaram que o apoio prestado tinha falhado e excluíram-se de continuar a ajudar o país.

Na intervenção que fez imediatamente antes de von der Leyen, Viktor Orbán tinha voltado a criticar a assistência à Ucrânia.