“A Alemanha e os Estados Unidos continuarão unidos contra qualquer ação perigosa ou provocatória da Rússia, seja a invasão do território da Ucrânia (…), a prisão de Alexey Navalny ou desinformação nas nossas democracias”, disse Blinken, ao lado do seu homólogo alemão, Heiko Maas, em Berlim.
Apesar desta sintonia de posições sobre as ameaças russas, Blinken reconheceu divergências entre a Alemanha e os EUA sobre a construção do gasoduto Nord Stream 2, dizendo temer que Moscovo queira usar essa infraestrutura — que transportará gás russo para a Alemanha diretamente do mar Báltico — como um “instrumento de coerção” contra a Ucrânia e outros países.
“Acreditamos que o gasoduto é um projeto geopolítico que ameaça a segurança energética da Europa e mina a segurança da Ucrânia e de outros países”, explicou o secretário de Estado norte-americano.
No entanto, Blinken reconheceu que, quando o novo Governo dos EUA chegou ao poder, em janeiro, 90% do projeto já tinha sido construído e que agora a meta de Washington é conseguir “algo positivo” de uma “situação difícil que foi herdada”.
O arranque do Nord Stream 2 permitirá à Rússia cortar o fornecimento dos gasodutos que atravessam a Ucrânia para prejudicar Kiev, com quem enfrenta um conflito no leste deste país, já que o resto dos clientes europeus podem ser abastecidos através dos novos oleodutos.
A Ucrânia também perdeu uma importante fonte de receita com impostos sobre o gás que flui para outros países europeus.
Maas disse que Berlim está ciente das “expectativas” dos Estados Unidos em relação ao gasoduto e acrescentou que a Alemanha está disposta a contribuir para que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, não “abuse” do Nord Stream 2 para “pressionar a Ucrânia”.
As negociações sobre este tema continuam a decorrer, em particular entre Washington e Berlim, e o Governo alemão espera que elas produzam resultados positivos para todas as partes envolvidas, concluiu o chefe da diplomacia alemã.
Blinken está em Berlim para participar da segunda conferência internacional sobre a Líbia organizada pela Alemanha para ajudar a estabilizar o país do norte da África após uma década de crise.
O secretário de Estado norte-americano também deve encontrar-se esta tarde com a chanceler alemã, Angela Merkel, para preparar, entre outros assuntos, a visita da chefe de Governo a Washington, em meados do próximo mês, quando se encontrará com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
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