Segundo notícia do The Guardian, a fiança de Julian Assange foi hoje recusada, pelo que irá aguardar a decisão final sobre a sua extradição na prisão de Belmarsh, em Londres.
A juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal Criminal de Old Bailey, em Londres, ordenou que Assange permanecesse na prisão enquanto os tribunais avaliam um recurso contra a decisão das autoridades britânicas de não permitir a extradição do fundador do WikiLeaks para os Estados Unidos.
Embora os pedidos anteriores também tivessem sido rejeitados, os seus advogados acreditavam que as suas hipóteses de conseguir sair sob fiança tinham aumentado perante a vitória legal contra a tentativa de extradição para os EUA sob as acusações de espionagem e hacking.
Baraitser disse hoje que Assange "tem um incentivo para fugir" e que existe a possibilidade de não voltar ao tribunal se for libertado. Já os advogados de Assange relembraram os seus laços familiares no Reino Unido, nomeadamente os seus dois filhos com Stella Moris.
Na segunda-feira, a juíza rejeitou um pedido de extradição de Assange para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações de espionagem devido à publicação de documentos militares secretos há uma década. Os procuradores norte-americanos anunciaram que vão recorrer da decisão de extradição de Baraitser. Embora rejeitando argumentos de que Assange não conseguiria um julgamento justo nos EUA, a juíza recusou a extradição alegando que haveria risco de suicídio.
O procurador americano que pretende levar Julian Assange a julgamento nos EUA afirmou, no entanto, não ter conhecimento sobre a posição da nova administração da Casa Branca de Joe Biden em relação à extradição do co-fundador do WikiLeaks.
Julian Assange foi preso em Londres em abril de 2019, depois de sete anos a viver na embaixada equatoriana, onde se refugiou após violar as condições da sua liberdade condicional por receio de ser extraditado para os Estados Unidos.
A defesa de Assange alega que o australiano estava a atuar como jornalista quando publicou os documentos, pelo que a primeira emenda da Constituição dos EUA protege a sua liberdade de expressão.
A justiça norte-americana acusa o australiano de 49 anos de espionagem, podendo condená-lo a 175 anos de prisão por ter divulgado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas norte-americanas, principalmente no Iraque e no Afeganistão.
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