“Parte da história do PPD/PPD”, “um profissional competente, honesto”, “um laranjinha de uma dedicação sem limites", "um colaborador de uma lealdade exemplar”, “a boa sombra”, “atento, previdente, discreto”. As homenagens sucedem em catadupa dentro da família social-democrata, palavras de carinho a um homem que, nos lugares de bastidores, ajudou a construir a história de um partido.

Marcelo Rebelo de Sousa, que já liderou o Partido Social Democrata, relembrou o assessor destacando as “excecionais qualidades de caráter, personalidade, devoção à causa coletiva e competência humana” de Zeca Mendonça.

Numa nota publicada no ‘site’ da Presidência, Marcelo agradeceu o “exemplo” de Zeca Mendonça, “um companheiro de meio século de percurso comum”.

“No infelizmente curtíssimo espaço de um ano e três meses, José Mendonça confirmou, nas funções que exerceu na Casa Civil da Presidência da República, as excecionais qualidades de caráter, personalidade, devoção à causa coletiva, competência e humanidade, que havia já revelado durante um período de quatro décadas na vida partidária e política nacional”, sublinhou.

O Presidente da República lembrou que Zeca Mendonça demonstrou “sempre, que as virtudes pessoais valem mais do que os cargos e as funções, e que a força da Democracia nasce da humildade e contributo de todos os dias ao serviço dos outros”.

Na mensagem, Marcelo recordou ainda “com infinita saudade a sua inexcedível amizade”.

O atual presidente do PSD, Rui Rio, lamentou a morte de Zeca Mendonça e considerou que o antigo assessor do partido “faz parte da história do PPD/PPD”.

“Morreu o Zeca Mendonça, um profissional competente, honesto e de enorme dedicação ao PSD. A sua simpatia e disponibilidade a todos cativava. O Zeca faz parte da história do PPD/PSD e deixará, para sempre, uma enorme saudade em todos nós. A minha sentida e muito amiga homenagem”, escreve Rui Rio, na sua conta oficial da rede social Twitter.

À sua homenagem somou-se a de outra figura incontornável do partido, Cavaco Silva, com quem trabalhou durante muitos anos, e que o considerou “um homem bom” a quem o partido e “cada um dos seus líderes muito devem”.. Numa declaração escrita, o ex-Presidente da República, que liderou o PSD entre 1985 e 1995, refere que foi com “tristeza” que tomou conhecimento da morte de Zeca Mendonça e recorda que ainda há poucos dias falou com ele.

“A propósito do seu aniversário, há uns dias, tive oportunidade de transmitir ao Zeca e à família que nunca esquecerei o quanto ele me ajudou na minha vida política. Foram dezenas de campanhas feitas com o seu apoio direto, que mostraram a sua enorme lealdade, capacidade e dedicação, ao PSD e, dessa forma, a Portugal. Presto-lhe uma sentida homenagem”, lê-se na nota assinada por Cavaco Silva.

Outro ex-presidente do PSD, Luís Marques Mendes, lamentou a morte de “um grande amigo” e recordou Zeca Mendonça como “uma pessoa com o coração do tamanho do mundo”.

“Um laranjinha de uma dedicação sem limites. Um colaborador de uma lealdade exemplar”, destacou Marques Mendes, numa declaração à agência Lusa. Marques Mendes, que liderou o partido entre 2005 e 2007 e a bancada parlamentar entre 1996 e 1999, defendeu que o PSD “deve muito” a Zeca Mendonça. “Todos temos para com ele uma enorme dívida de gratidão", salientou.

José Manuel Durão Barroso, também ele antigo líder do PSD, lamentou a morte de Zeca Mendonça, considerando que o antigo assessor “faz parte da história" do partido. “Notícia muito triste: morreu o nosso Zeca Mendonça, uma pessoa muito boa que faz parte da história do PSD”, escreveu Durão Barroso, na rede social Twitter.

Na mensagem, o também ex-presidente da Comissão Europeia, que liderou o PSD entre 1999 e 2004, enviou os seus “mais sentidos pêsames” aos familiares e amigos mais próximos.

O antigo presidente do PSD Pedro Santana Lopes lamentou também a “perda de um amigo e confidente” e recordou Zeca Mendonça como “a boa sombra” de todos os líderes sociais-democratas.

“É a perda de um grande amigo, de um confidente meu e acho que de todos os presidentes do PSD. Era a nossa sombra, a boa sombra, na qual nos abrigávamos muitas vezes, nomeadamente quanto o tempo piorava”, lembrou Santana Lopes, em declarações à Lusa.

Santana Lopes, que no verão passado deixou o PSD para fundar o novo partido Aliança, recorda Zeca Mendonça desde sempre no partido, mas sobretudo quando exerceu as funções de líder, entre 2004 e 2005.

“Ele acompanhava-nos para todo o lado, são cargos solitários, e o Zeca era o confidente. Tornámo-nos amigos. Foi sempre impecável e irrepreensível comigo, era um cavalheiro”, destacou.

A partir do parlamento europeu veio também a nota de pesar de Paulo Rangel. Na rede social Twitter, o cabeça-de-lista do PSD às europeias, também recordou as suas memórias com o histórico assessor social-democrata.

“O Zeca Mendonça ensinou-me muito; muitíssimo. Convivemos de perto quando fui líder parlamentar e desde então ficámos sempre a falar. Atento, previdente, discreto. Nunca se impunha e impôs-se-nos a todos. Nele e com ele, o humanismo era poder. O poder de fazer bem. Bem ao outro”, refere.

Também no Twitter, o comissário europeu Carlos Moedas lembrou Zeca Mendonça não só como “um grande profissional”, mas também como “um grande ser humano”. “Um homem bom”, escreveu Carlos Moedas, que envia “um abraço à família”.

O assessor da Presidência da República José Luís Mendonça Nunes, conhecido por 'Zeca Mendonça', morreu esta quinta-feira aos 70 anos.

Zeca Mendonça nasceu em Lisboa, na freguesia de Santos-o-Velho, em 23 de março de 1949.

Torna-se funcionário do PSD (então PPD) em 1974, tendo começado como segurança, e em 1977 passou para o gabinete de imprensa do partido, no qual trabalhou durante 40 anos.

Como assessor de imprensa, Zeca Mendonça trabalhou com 16 presidentes do PSD - ou 17, caso se conte com Leonardo Ribeiro de Almeida, que presidiu à Comissão Política quando Francisco Sá Carneiro liderava o partido e era primeiro-ministro – terminando funções no mandato de Pedro Passos Coelho.

Em dezembro de 2017, põe fim a 43 anos de ligação profissional ao PSD para ir reforçar a equipa de assessoria do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.