Os dois governantes mantiveram hoje uma conversa telefónica, com Zelensky a valorizar a “participação ativa” de Erdogan para a recuperação do acordo, depois de Moscovo o ter suspendido em retaliação por um alegado ataque ucraniano contra a sua frota no mar Negro.

O chefe de Estado ucraniano elogiou ainda o “apoio firme” do Presidente turco sobre a “soberania e integridade territorial da Ucrânia”.

“Discutimos medidas adicionais para trazer de volta os prisioneiros de guerra e os presos políticos. O apoio turco neste assunto é importante para nós”, destacou Zelensky numa publicação na rede social Telegram, citado pela agência Europa Press.

Por seu lado, Erdogan manifestou satisfação por ter conseguido o restabelecimento do acordo com a Rússia, pois considera que o trigo ucraniano e os fertilizantes russos são suprimentos de vital importância para todo o mundo, especialmente para as regiões mais desfavorecidas, de acordo com as declarações divulgadas pela agência Anadolu.

O Governo russo anunciou hoje o regresso ao acordo assinado com a Ucrânia para garantir a exportação de cereais, depois de considerar “suficientes” as garantias recebidas por parte da ONU e da Turquia, de modo a que as forças ucranianas não utilizem este acordo para realizar operações militares.

Já o Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu hoje que suspenderá novamente o acordo de exportação de cereais ucranianos se Kiev violar as garantias escritas de não utilizar o corredor humanitário e os portos ucranianos para fins militares.

Esta foi uma das exigências da Rússia para retomar a sua participação no pacto, que expirará a 19 de novembro e cujo prolongamento Moscovo está ainda a estudar, juntamente com uma investigação exaustiva do suposto ataque ucraniano perpetrado a 29 de outubro contra a frota russa do mar Negro em Sebastopol com ‘drones’ (veículos aéreos não-tripulados) navais que, segundo a Defesa, se deslocaram ao longo do corredor criado para o escoamento dos cereais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também saudou hoje a decisão russa de reativar o acordo para a exportação de cereais a partir da Ucrânia, afirmando que se esforçará por prorrogá-lo além do prazo de 19 de novembro.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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