“Desde 24 de fevereiro, a Rússia lançou 750 mísseis de cruzeiro da Crimeia ocupada contra as nossas comunidades. Imaginem, 750 em meio ano. Destruíram centenas de alvos civis – escolas, universidades, edifícios residenciais, hospitais”, disse Zelensky durante a segunda cimeira da Plataforma da Crimeia, citado pela agência Ukrinform.
Zelensky afirmou que a recuperação do controlo da Península da Crimeia pela Ucrânia será um passo histórico contra a guerra na Europa e para repor a segurança e assegurar a justiça.
“Levaremos a liberdade aos cidadãos ucranianos da Crimeia e restauraremos definitivamente a justiça para todos aqueles que sofreram repressão e abusos por parte dos ocupantes russos. Mas, para ganhar, não devemos esquecer o caminho que nos levou à situação atual”, declarou.
Zelensky prometeu que a Crimeia, “após a desocupação, juntamente com todo o Estado ucraniano, passará a fazer parte da União Europeia” e que “o passaporte de um cidadão da Ucrânia será também um passaporte da União Europeia.”
“A degradação da Rússia começou com o tomar da Crimeia, com o terror contra o povo tártaro da Crimeia — o povo indígena da península — com a repressão por motivos religiosos, que se tornou talvez a maior perseguição religiosa na Europa no século XXI contra a comunidade muçulmana da Crimeia”, sublinhou o Presidente ucraniano.
A primeira cimeira da “Plataforma da Crimeia”, na qual participaram representantes de cerca de 50 Estados, realizou-se em Kiev em agosto de 2021, convocada por Zelensky para reunir apoios para recuperar a península ucraniana.
Este ano, a segunda cimeira ocorre quando se completam seis meses da intervenção militar russa na Ucrânia.
Vários líderes ocidentais, incluindo da União Europeia, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Polónia e Canadá, entre outros, alertaram hoje a Rússia, em mensagens gravadas em video no ambito deste fórum, contra qualquer anexação de território ucraniano e reafirmaram o seu apoio a Kiev, que enfrenta há seis meses uma invasão das forças de Moscovo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
Na guerra, que hoje entrou no seu 181.º dia, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
Comentários