Hoje “começa uma semana verdadeiramente histórica”, proclamou Zelensky, no seu discurso diário em vídeo, em que a Ucrânia terá “a resposta da União Europeia sobre o status de candidato”.
“Desde 1991, houve poucas decisões tão vitais para a Ucrânia quanto a que aguardamos hoje”, acrescentou, dizendo estar “convencido de que apenas uma resposta positiva é do interesse de toda a Europa”.
A Comissão Europeia (CE) recomendou na sexta-feira passada ao Conselho que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à EU, “no pressuposto de que serão tomadas medidas numa série de áreas”.
“Temos uma mensagem clara, que é: sim, a Ucrânia merece a perspetiva europeia, e sim, a Ucrânia deve ser acolhida como país candidato”, anunciou em Bruxelas a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Portugal vai acompanhar o parecer da Comissão Europeia para que seja concedido este estatuto à Ucrânia, anunciou na sexta-feira passada o primeiro-ministro português, António Costa, depois de um dia de audiências com os partidos com representação parlamentar sobre esta matéria.
Os países membros da UE reúnem-se na quinta e na sexta-feira para decidir se concedem oficialmente à Ucrânia o status de candidato à adesão, algo que exige a unanimidade dos 27.
Até lá, “obviamente, esperamos que a Rússia intensifique os ataques esta semana”, alertou Volodymyr Zelensky. “Estamos prontos”, acrescentou.
O líder ucraniano disse que os russos estão a “reagrupar as suas forças na direção de Kharkiv (nordeste) e na região de Zaporijia (sul)”. E acrescentou: “Estão ainda a bombardear a nossa infraestrutura de combustível”.
“Vamos responder a estes ataques”, assegurou ainda Zelensky, ao mesmo tempo que admitiu “perdas significativas”. “O nosso exército está a resistir”, disse.
“[Os russos] tentaram um avanço na área de Toshkivka, foram parcialmente bem-sucedidos, mas a nossa artilharia funcionou e podemos dizer que a tentativa de avanço não foi bem-sucedida”, disse o governador da região leste de Lugansk, Sergey Gaidai.
Em Lysytchansk, há sinais de preparativos para combates de rua, com soldados a cavar trincheiras buracos e a colocar arame farpado e a polícia a posicionar veículos queimados nas ruas para impedir o avanço das forças da Rússia.
O Ministério da Defesa russo reivindicou no domingo a captura de Metolkine, nos arredores de Severodonetsk, e alegou ter atingido uma fábrica em Mykolaiv, no sul, tendo destruído “dez obuses M777 de 155 mm e até 20 veículos blindados fornecidos ao regime de Kiev pelo Ocidente”.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que mereceu a condenação de grande parte da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição de sanções à Rússia.
Comentários