“Na na na na na na na na na na… Bas Dost”, ao ritmo da música ‘Thunderstruck’ dos AC/DC, os adeptos leoninos vão puxando pelo gigante holandês. E o avançado, embalado pelos cânticos, responde com golos. Já são 31 esta época, 28 só no campeonato português.

O jogador que levou Bruno de Carvalho a assinar o cheque mais ‘chorudo’ desde que assumiu a presidência do Sporting, (custou 10 milhões de euros ao Wolfsburgo), compensa com números ao nível dos melhores Europa. A apenas um golo de Lionel Messi, Dost é o bastião da liga portuguesa na corrida à Bota de Ouro.

Guiado pelos ‘leões’ — Gelson Martins, Bryan Ruiz e Joel Campbell — que comandam as assistências no campeonato, o holandês carrega sobre os ombros uma pesada responsabilidade: um jejum de 15 anos. Foi em 2001/02 que, pela última vez, o galardão de melhor artilheiro dos campeonatos europeus — de todos os campeonatos dos países que constituem a UEFA — foi atribuído a um jogador que atuava na liga portuguesa. A herança vem de Alvalade, do estádio antigo, e de um homem que também equipava de verde e branco, com faro para o golo, mortal e decisivo. Falamos de Mário Jardel, claro.

Os anos passaram, e na temporada passada vimos Jonas, ponta-de-lança brasileiro do Benfica, ficar perto de alcançar tal feito. Terminaria, no entanto, a época com 32 tentos apontados no campeonato, ultrapassado por Luis Suárez, o ponta de lança uruguaio do Barcelona, que viria a erguer o troféu pela segunda vez na sua carreira, somando 40 golos na La Liga.

O holandês, de pés no chão, e cabeça no alto, é o jogador do top-5 da Bota de Ouro com melhor média de golos (1,08) e conta ainda com mais 5 jogos para passar Messi à frente e não deixar-se ultrapassar pela concorrência.

E quem é a concorrência?

Um jogador com cinco bolas de ouro, um "galo", um bósnio, um especialista em mortais e um polaco entram num bar. Numa outra mesa, um gigante holandês observa. É esta a principal concorrência de Bas Dost na corrida a levantar a chuteira de 9,8 quilos, banhada a ouro:

Lionel Messi

Com 5 Bolas de Ouro e 3 Botas de Ouro, o ‘10’ do FC Barcelona dispensa apresentações. Para muitos o melhor jogador do mundo, há 4 anos que a chuteira dourada é a mais alta consagração que foge ao argentino. Atualmente no topo dos marcadores a nível europeu, não se espera, contudo, que a concorrência lhe facilite a vida.

A época dos catalães tem sido, sobretudo, inconsistente. Chegámos a ver a equipa comandada por Luis Enrique a virar uma eliminatória que parecia condenada — a histórica remonatada sobre o Paris Sanint Germain (6-1) depois da derrota por 4-0 no Parque dos Princípes — e, na mesma semana, a ser derrotada pelo Deportivo La Coruña.

A equipa tem estado debaixo de fogo. Apesar de a final da Taça do Rei já estar assegurada, os quartos-de-final da Liga dos Campeões parecem, uma vez mais, condenados, desta feita frente à Juventus, pentacampeã italiana. No campeonato a sorte não parece ser melhor, com um Real Madrid que não descura do primeiro posto.

Em relação ao argentino, os números dizem que marca menos por jogo que Bas Dost, embora a diferença seja mínima (três centésimas de diferença), e mostram uma capacidade de fazer abanar as redes como poucos fazem. A estrela do Barcelona só não marcou em 8 jogos em que participou para o campeonato esta época e é um dos nomes mais assustadores na concorrência ao holandês.

Pierre-Emerick Aubameyang

A média não chega a 1 golo por jogo (0,96), está a 2 tentos do gigante holandês do Sporting, mas todos lhe reconhecem a capacidade finalizadora. É um dos melhores pontas de lança do mundo, rápido, ágil a aparecer nas costas do defesa e frio na hora de concretizar, o gabonês é o homem que comanda a armada do Borussia de Dortmund.

Os 26 golos — ou os 26 ‘mortais’, festejo que o jogador celebrizou — na liga alemã fizeram dele um dos atacantes mais aliciantes, e temidos, da Europa. Com um ‘poker’ e vários ‘bis’ no seu registo, Aubameyang pode ainda vir a ser uma dor de cabeça para Bas Dost.

No entanto, o avançado, um pouco à semelhança de Lionel Messi, vive ‘atormentado’ por uma época menos conseguida da sua equipa. O Dortmund ocupa atualmente a 4.ª posição do campeonato, está em desvantagem na eliminatória dos quartos-de-final da Liga dos Campeões e viu calhar-lhe a ‘fava’ nas meias-finais da DFB Pokal, a Taça da Alemanha, tendo de enfrentar os bávaros do Bayern Munich.

Robert Lewandowski

É um avançado que Bas Dost conhece bem. Durante 4 épocas defrontaram-se no principal escalão do futebol alemão. Robert Lewandowski, primeiro no Borussia Dortmund, agora no Bayern Munich não perdeu a sua capacidade de resolver.

Leva já 26 golos em 28 jogos, estando a dois do avançado do Sporting, e tem tido uma reta final de campeonato intermitente. Mas, se é verdade que nos últimos 7 jogos, em três deles o polaco não conseguiu fazer abanar as redes, não é menos verdade que sempre que fez, fê-lo em boas quantidades. Nas últimas quatro vezes que marcou, Lewandowski não foi capaz de marcar só um, somando-se dois ‘hat tricks’ e dois ‘bis’.

O Bayern Munich caminha a passos largos em direção ao pentacampeonato e o polaco aproveita o ritmo para se afirmar como o artilheiro de serviço. Sustentado por duas alas de luxos — onde operam nomes como Ribéry, Douglas Costa ou Arjen Robben — e sustentado por um meio-campo onde a magia é feita por jogadores como Thiago Alcântara, Arturo Vidal ou Xabi Alonso, o avançado dos bávaros é um forte candidato a fazer a vida negra a Bas Dost.

Andrea Belotti

É uma estreia por estas bandas — e uma que promete. ‘Il Gallo’, assim conhecido em Itália, o ponta-de-lança do Torino comanda a formação de Turim numa boa campanha na Série A (atualmente em 10.º lugar), depois de uma prestação fraca na Taça, onde foi eliminado pelo AC Milan nos oitavos-de-final.

O jovem italiano de 23 anos soma uns impressionantes 25 golos em 29 jogos, números que o colocam entre os melhores marcadores da Europa e a apenas 3 golos de Bas Dost.

A boa época tem colocado Belotti na rota dos "tubarões" do futebol europeu, algo que pode ser encarado como uma motivação extra para lutar por um prémio que catapultou tantos outros para a ribalta. Basta lembrar o caso de Luca Toni, o avançado italiano da Fiorentina que depois de uma Bota de Ouro se viu nos grandes palcos europeus tendo atuado no Bayern Munich e na Juventus, vencendo ainda um Campeonato do Mundo com Itália, antes de pendurar as botas, na temporada passada.

Edin Džeko

Ainda no quinto posto, também com 25 golos, aparece Džeko, o antecessor de Bas Dost nos tempos do Wolfsburgo, que se consagrou no futebol no Manchester City (onde fez dupla com Sergio Agüero e conquistou o campeonato inglês que fugia há 51 anos aos citizens) antes de chegar ao Roma.

Aos 31 anos, o bósnio é o último homem do ataque da equipa da capital italiana e mostra que não perdeu o faro de golo. Numa grande época, o avançado soma já 35 golos em todas as competições. No entanto, de todos os concorrentes de Bas Dost que formam este top-5 da Bota de Ouro, Dzeko é o mais inconsistente com vários ‘jejuns’ no seu registo de golos.

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