Em junho, o BCE indicou que tencionava subir as taxas de juro em 25 pontos base na sua próxima reunião, mas desde então alguns membros do Conselho da instituição mostraram-se a favor de uma subida mais agressiva, da ordem dos 50 pontos base.

“O Banco Central Europeu está muito atrasado na normalização da sua política monetária e não pode esperar mais para aumentar as taxas de juro. Christine Lagarde a sua presidente, deve, portanto adotar um tom agressivo e agir finalmente com uma subida inicial de 50 pontos base, contrariando os 25 pontos base antecipados pelos mercados”, refere Franck Dixmier, da Allianz Global Investors, numa nota enviada à Lusa.

“A queda do euro face ao dólar – que aumenta o preço das matérias-primas – é mais um argumento para o BCE demonstrar a sua determinação”, acrescenta.

Nos últimos dois anos, o banco central optou por uma política monetária acomodatícia, com taxas de juro muito baixas e elevadas compras de ativos, para ajudar a economia a ultrapassar a crise causada pela pandemia de covid-19.

Desde há alguns meses, o BCE começou a preparar o terreno para pôr fim à era do dinheiro barato, tendo começado por reduzir as compras líquidas de dívida, que terminaram este mês.

A instituição liderada por Christine Lagarde junta-se assim a outros bancos centrais, como a Reserva Federal norte-americana, que têm estado mais ativos na luta para conter a subida de preços.

No final desta reunião, espera-se também que o BCE dê mais detalhes sobre a ferramenta anti-fragmentação que anunciou em junho.

Com as finanças públicas nacionais sob forte pressão desde a pandemia de covid-19 e agora com o impacto da guerra na Ucrânia, os juros das dívidas começaram a divergir entre os países da zona euro, com os países mais endividados a serem penalizados. Daí a promessa de uma nova ferramenta por parte do BCE.