“Ele venceu muito, mas ninguém vence sozinho. Compreendo que a presença dele na ‘Juve’ tenha criado uma expectativa enorme para a Liga dos Campeões, mas quando uma equipa perde, é o plantel todo que perde e não apenas um jogador”, começou por dizer o médio, em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport.
Num momento de críticas ao jogador da Juventus, Bruno Fernandes lembrou que Cristiano Ronaldo “é um dos grandes da história do futebol” e que “a mentalidade dele tem inspirado aqueles que praticam” futebol.
A imprensa italiana criticou o avançado da Juventus, após a eliminação na terça-feira nos oitavos de final da ‘Champions’, num jogo em que a equipa de Turim venceu em casa por 3-2, e acabou eliminada devido aos golos fora do FC Porto, que venceu na primeira mão por 2-1.
O Corriere Dello Sport sublinhou que a Juventus foi “traída” por um erro de Ronaldo, que saltou e virou as costas na barreira no segundo golo do FC Porto, a Gazzetta dello Sport deu uma das piores notas ao português, e o antigo treinador Fabio Capello não poupou o avançado, considerando “imperdoável” a ação no golo.
Ainda na conversa com o jornal italiano, Bruno Fernandes lembrou o seu percurso em Itália, onde vestiu as camisolas do Novara, Udinese e Sampdoria, e justificou a razão pela qual “tanto talento” tenha escapado a estes clubes, face aos números que tem no United.
“Era muito jovem, tive que completar o meu crescimento, de um país para o outro. Em Itália, não consegui afirmar-me totalmente porque a posição de médio atacante no vosso futebol não tem uma vida fácil”, justificou Bruno Fernandes.
Da Sampdoria, Bruno Fernandes seguiu para o Sporting, com números sempre em crescendo, chegando aos 16 golos na primeira época e aos 32 na segunda, não cumprindo já na totalidade a terceira, com a transferência, em janeiro de 2020, para o Manchester United.
De Itália, Bruno Fernandes lamentou não ter tido mais tempo com o treinador Francesco Guidolin (na Udinese), mas disse que só tem a agradecer o que Itália lhe deu e a experiência de “crescimento ao mais alto nível”.
Na comparação com Inglaterra, com a chegada ao Manchester United, o médio português sublinhou “a intensidade” na Liga inglesa, com equipas pequenas de grande qualidade e a colocarem muitos problemas, enquanto em Itália o plano “tático” é como uma universidade do desporto.
Um ano de pandemia não evitou que o médio considere 2020 “especial”, devido à transferência do Sporting para o Manchester United.
“Do ponto de vista profissional, foi o melhor ano de sempre: a transferência para o United, a Liga inglesa, 12 meses de satisfação no relvado. Fora disso, foi complicado, com a distância da família, a proteção devido ao vírus, a dificuldade em manter crianças pequenas em casa, que não entendem as restrições”, explicou.
No percurso, o médio revelou ainda que procura assistir a outros campeonatos, ler, perguntar e tirar apontamentos.
“Porque um dia gostava de treinar”, admitiu o internacional português.
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