Após um início de Mundial em que deixou a desejar, com um empate com a Suíça (1-1) e uma suada vitória sobre a Costa Rica (2-0), o Brasil voltou a mostrar o seu futebol diante da Sérvia (2-0) e comprovou o crescimento na competição com um triunfo de autoridade sobre o México (2-0), nos oitavos-de-final.
E esse bom momento que a seleção canarinha atravessa também se reflete na saúde dos jogadores.
Depois de sofrer com os desfalques de Marcelo, Danilo, Fred e Douglas Costa e com as dores no tornozelo que incomodaram Neymar na primeira fase, Tite terá praticamente todo o elenco à sua disposição para encarar a perigosa Bélgica, outra favorita ao título.
Marcelo pode voltar à lateral esquerda da equipa no lugar de Filipe Luís, depois de ficar na reserva contra os mexicanos devido a um espasmo nas costas.
Já Douglas Costa, ausente dos últimos dois jogos por causa de uma lesão na coxa direita, será uma opção importante de velocidade para a segunda metade do encontro.
O único contratempo para Tite será a ausência de um dos seus pilares, Casemiro, que cumprirá uma suspensão automática por acumulação de cartões. A vaga do jogador do Real Madrid deverá ficar com Fernandinho.
No ataque, as atenções continuarão focadas em Neymar.
Não por acaso, a melhoria no rendimento do Brasil no Mundial da Rússia parece andar de mãos dadas com o crescimento de Neymar na competição.
O excesso de individualidade e nervosismo do início do Mundial deram lugar a um Neymar mais coletivo e centrado, culminando numa boa atuação contra o México, contra quem o craque do PSG anotou um golo e deu uma assistência, sendo eleito o melhor jogador em campo.
Contra a Bélgica, Neymar poderá contar novamente com os parceiros de ataque Willian, Coutinho e Gabriel Jesus.
Bélgica joga e deixa jogar
Do outro lado do campo estará uma equipa que, em muitos aspectos, se assemelha à seleção brasileira: uma equipa habilidosa e ofensiva, repleta de estrelas que atuam nos maiores clubes europeus e liderada por um número 10 que está entre os melhores jogadores do mundo.
Mas, enquanto o Brasil sofre com a responsabilidade de colocar uma sexta estrela no peito, a Bélgica e a sua "Geração Dourada" é pressionada para levar o país à sua primeira final. Com uma vitória sobre Neymar e companhia, os Diabos Vermelhos igualariam a sua melhor campanha na história (semifinais em 1986).
Neste Mundial de Futebol, a Bélgica já mostrou todo o seu potencial. Com 12 golos marcados, é o melhor ataque da competição e a reviravolta dos 3 a 2 sobre o Japão, nos quartos-de-final, aponta para uma equipa capaz de lidar com adversidades.
Por outro lado, a equipa do técnico espanhol Roberto Martínez, invicta há 23 jogos, sofre defensivamente, como comprovam os golos sofridos nas vitórias sobre a fraca Tunísia (5-2), na fase de grupos, e diante do inferior Japão. Números que assustam quando se tem como próximo adversário a "melhor equipa do mundo", como definiu o próprio Martínez.
Para tentar minimizar os riscos defensivos contra os habilidosos atacantes brasileiros, o técnico da Bélgica deverá tomar medidas para se precaver, possivelmente tirando da equipa o médio Dries Mertens para a entrada de um jogador como Fellaini, libertando ao mesmo tempo Kevin De Bruyne, maestro do meio campo.
Na frente, todas as fichas estão depositadas em Romelu Lukaku.
Brasil e Bélgica enfrentaram-se apenas uma vez em Mundiais: nos oitavos-de-final do Mundial da Coreia do Sul e Japão, em 2002, tendo a seleção canarinha vencido por 2-0, com golos de Rivaldo e Ronaldo.
Nesta sexta-feira, as duas seleções enfrentam-se em Kazan às 19h00, horário de Lisboa. A partida será apitada pelo trio sérvio formado pelo árbitro Milorad Mazic e os auxiliares Milovan Ristic e Dali Djurdjevic.
O onze provável
Brasil: Alisson, Fagner, Thiago Silva, Miranda, Marcelo; Fernandinho; Paulinho, Willian, Coutinho, Neymar; Gabirel Jesus.
Bélgica: Courtois; Alderweireld, Kompany, Vertonghen; Meunier, Fellaini, Witsel, Carrasco; De Bruyne, Hazard; Lukaku.
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