A viver nos Estados Unidos, Shabnam Mobarez, de 26 anos, deu uma entrevista à Tribuna Expresso a partir de New Jersey.
Tal como ela, explica, há colegas de seleção a residir no estrangeiro. Mas há muitas que estão no Afeganistão. Prestes a viver uma realidade diferente daquela que estava a ser traçada nos últimos 20 anos.
A jogadora conta que quando fala com as companheiras pelo WhatsApp estas choram e confessam temer pelas próprias vidas. O que lhe custa, pois não lhes pode dizer que vai ficar tudo bem quando não consegue ter certezas do que "vai acontecer amanhã".
O apoio às jogadoras, segundo Mobarez, é também uma miragem. Nem mesmo da parte da Federação. Tanto que agora "temos todas estas mulheres desamparadas, deixadas à sua sorte" e que "não podem confiar em ninguém".
Ela própria, confessa, também não sabe como fazê-lo. "Adorava poder ajudá-las mais, mas a situação é tão tensa que, neste momento, se saírem de casa serão mortas".
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
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