Principal referência do balneário ‘azul e branco’, o jogador, de 41 anos, tinha voltado aos ‘dragões’ em janeiro de 2019 para juntar mais troféus e quebrar recordes de longevidade, mas não faz parte dos planos da recém-eleita direção comandada por André Villas-Boas.
Em 17 de junho, em entrevista à estação televisiva Now, o presidente portista admitiu ter comunicado essa decisão em privado a Pepe, que “vai ter as portas sempre abertas” e o futuro “intimamente ligado ao clube, seja só do ponto de vista emocional ou profissional”.
“A sua continuidade como jogador do FC Porto não acontecerá. Nós temos o máximo de respeito pela sua carreira, mas há um caminhar diferente e uma preocupação deste novo FC Porto em reduzir massa salarial e custos. Isto foi claramente explicado ao Pepe. Ele entendeu assim e irá tomar a decisão que entender relativamente à sua carreira”, referiu.
Pepe tem evitado abordar o tema nas conferências de imprensa da seleção nacional, ao serviço da qual foi recentemente titular nas vitórias com República Checa (2-1) e Turquia (3-0) e suplente não utilizado na derrota ante a Geórgia (0-2), no Grupo F do Euro2024, devendo voltar a atuar de início face à Eslovénia, na segunda-feira, nos oitavos de final.
O defesa central chegou à fase final recuperado de uma das múltiplas lesões que sofreu nos últimos anos e vinham a limitar a sua utilização pelo FC Porto, no qual totalizou três golos e duas assistências em 34 partidas em 2023/24, conquistando a Taça de Portugal.
A última época ficou marcada pelas eleições mais participadas da história do clube, com Villas-Boas a colocar fim ao ‘reinado’ de 42 anos e 15 mandatos de Pinto da Costa, que, quatro dias antes dessa ida às urnas, assegurou ter chegado a acordo com Pepe para a renovação contratual do capitão em caso de êxito eleitoral, num vínculo válido até 2025.
Ao contrário do então treinador portista, Sérgio Conceição, que renovou a menos de 48 horas das eleições, o internacional luso pediu à gestão anterior que o novo contrato não fosse registado na Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) antes de 27 de abril, cenário que ficaria sem efeito devido ao triunfo esmagador do novo líder ‘azul e branco’.
Pepe despede-se com 290 jogos e 17 golos pelo FC Porto, que já tinha representado de 2004 a 2007, tendo conquistado quatro edições da I Liga, cinco Taças de Portugal, três Supertaças Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga – fez parte da equipa vencedora da Taça Intercontinental em 2004, mas não foi utilizado na decisão perante o Once Caldas.
Entre esses dois períodos no Dragão, o defesa notabilizou-se com 13 troféus pelo Real Madrid (2007-2017), incluindo três Ligas dos Campeões e outros tantos campeonatos espanhóis, sendo que, depois, passou sem êxitos pelos turcos do Besiktas (2017-2019).
Nascido em Maceió, no Brasil, Pepe representa a seleção portuguesa desde 2007 e é o terceiro jogador com mais internacionalizações de sempre (139), acumulando oito golos, num percurso distinguido pelas conquistas do Euro2016 e da Liga das Nações de 2019.
O FC Porto arranca os trabalhos de pré-época na segunda-feira, no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, com testes médicos e físicos e os primeiros treinos sob comando de Vitor Bruno, adjunto de Sérgio Conceição nos últimos 12 anos.
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