O técnico, de 54 anos, tinha manifestado a intenção de deixar o comando do emblema vila-condense, no final da partida com o Gil Vicente, da Taça da Liga, após uma derrota que afastou o clube da ‘final four' da competição, e em que os responsáveis do Rio Ave teceram duras críticas à atuação da equipa de arbitragem.
Após alguns dias de ponderação, e de reuniões com o presidente do Rio Ave, António Silva Campos, Carlos Carvalhal explicou hoje, ao lado do dirigente, em conferência de imprensa, a decisão de recuar na intenção de se demitir.
"Não quero estar a dar uma grande importância à minha pessoa, mas uma saída de um treinador por estes motivos, seria muito mau para o futebol português, ao qual devo muito. Achei não o deveria fazer, pois seria altamente lesivo uma notícia destas ter repercussão no estrangeiro, nomeadamente nos países onde já estive a trabalhar, ou na FIFA e UEFA", disse Carlos Carvalhal.
O treinador do Rio Ave disse manter as declarações feitas após a partida com o Gil Vicente, onde disse que a sua equipa "foi colocada fora da Taça da Liga", considerando que foi "um grito de revolta por algo que foi injusto".
"Sentimo-nos traídos nos objetivos que traçámos para esta época, por algo que não conseguimos controlar. Retiraram-nos a essência do propósito de andarmos aqui. Isso motivou-me a dar aquelas declarações, e não retiro uma palavra. Foi mau para o futebol português, e para a sociedade em si", disse o treinador.
Carlos Carvalhal considerou que com a eliminação na Taça da Liga "um dos objetivos idealizados para época já não era possível atingir", abalando a sua motivação em continuar, embora, confessando que mudou a sua opinião nos últimos dias.
"Não sou uma pessoa de dar um pontapé no contrato e não posso esquecer como sou bem tratado no clube, pelos meus jogadores e todo staff. Isso teve um peso muito grande em dizer ao presidente que vou estar presente", vincou.
O técnico reconheceu que, desde setembro, que tem recebido convites da Arábia Saudita, Estados Unidos, Turquia, Inglaterra ou Brasil, mas garantiu que esse nunca foi o motivo para pensar na demissão.
"Têm surgido notícias ligando o meu pedido de demissão com uma saída para outro clube, mas quem disse isso não me conhece minimamente. Isso seria impossível. O que digo sempre é para falarem com o presidente do Rio Ave, porque tenho um vínculo com o clube", sublinhou.
Perante a sua decisão de continuar, Carlos Carvalhal admitiu que "não será fácil fazer um ‘reset’ e o grupo aparecer altamente motivado", esperando, tal como o presidente do clube, que a situação seja "superada".
"Tivemos no balneário a incentivar os jogadores, a dizer que o projeto continua, e que, apesar deste percalço, não vamos desistir. Temos de nos manter unidos. Conto com o Carlos Carvalhal, com o seu querer e com a sua força de vontade de querer ganhar. Isto tornou-nos mais forte", concluiu António Silva Campos.
Comentários