“Sem um salto mais claro no sentido de criar uma RTP Desporto, o movimento desportivo continuará refém da pouca atenção que lhe é concedida, das dificuldades que a esmagadora maioria das modalidades tem em conseguir um espaço, mesmo custeando as respetivas transmissões, e de uma situação de profundo desequilíbrio na grelha de programação no segundo serviço de programas generalista de âmbito nacional (RTP2) “, defende o COP, em comunicado.
A proposta consta do contributo do COP para a consulta pública da proposta de revisão do contrato do serviço público de rádio e televisão, que o organismo divulgou em comunicado.
No documento, o COP entende que a criação do canal RTP Desporto “constituiria um sinal do poder governativo em relação, por um lado, à importância social e cultural que o Desporto tem na sociedade - constitucionalmente consagrada - e que deve merecer por parte dos entes governativos especial consideração”.
Citando o Global Media Report 2019, o COP lembra que “o mercado de direitos televisivos associados ao Desporto em 2019 ascendeu a um valor superior a 40 mil milhões de euros, representando hoje um dos mais importantes pilares de sustentabilidade financeira da matriz solidária que compõe o modelo europeu de desporto”.
No atual contexto, o COP alerta para o “impacto devastador da pandemia no setor do desporto, a par da relevância estratégica que um serviço público de rádio e televisão tem na necessária promoção e fomento do desporto, nomeadamente num momento particularmente sensível, no estreito cumprimento do que são as responsabilidades constitucionalmente estabelecidas para o Estado”.
O COP refere que “a própria sustentabilidade do Movimento Olímpico e Desportivo mundial assenta em larga escala na redistribuição das receitas dos direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos, que, através do Comité Olímpico Internacional e da Solidariedade Olímpica, suporta as federações desportivas internacionais, continentais e nacionais, bem como assegura o apoio à preparação desportiva de atletas”.
“Na senda do caminho que se procura prosseguir no sentido do devido equilíbrio e justo e equitativo retorno aos diferentes entes que compõem o universo desportivo (…) cabe ao Estado, nesta oportunidade, tomar uma posição clara, com a criação de um importante veículo de sustentabilidade de todo o sistema desportivo nacional, hoje ainda mais enfraquecido pelas consequências da crise sanitária por Covid-19”, refere o organismo que tutela o desporto olímpico em Portugal.
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