“A prova está feita com muita segurança, fizemos cerca de 3.200 testes covid-19 a todas as equipas, todos os concorrentes, organização, comissários, tudo”, garantiu Carlos Barbosa, em declarações à agência Lusa.
O presidente do ACP, promotor da prova, assumiu que lhe faz “imensa confusão” a ausência de público nesta prova, considerada a prova “rainha” do todo-o-terreno em Portugal, sublinhando ainda que foi dada por parte do público “uma lição” para todas as outras provas, para todos os outros campeonatos.
“Estou tão contente como se isto tivesse com os 40 mil habituais fãs desta prova. O público foi excecional, não veio, correspondeu ao nosso pedido”, acrescentou.
A presidente da Câmara de Portalegre, Adelaide Teixeira, que falava também à Lusa na zona de partidas e chegadas do prólogo daquela prova, na Herdade das Coutadas, enalteceu também o comportamento das pessoas que “primaram pela ausência”.
“As pessoas dão outro sentido às coisas, mas este ano tem de ser assim e, portanto, temos de dar o exemplo. Por um lado, é bom não haver pessoas, por outro lado é pena não termos, mas é o indicativo que, de facto, as pessoas são responsáveis”, disse.
“Portalegre tem sido exemplar nesta área [respeitar as regras das autoridades] e, de facto, nós esperamos que contribuam para que esta prova seja um sucesso ficando em casa, sendo um exemplo para o país de que há eventos que se podem realizar se as pessoas forem conscientes”, acrescentou.
Fonte do Comando Territorial de Portalegre da GNR garantiu também hoje à Lusa que o prólogo está a decorrer “sem público”, não havendo registo de pessoas que tenham se deslocado até ao recinto onde decorre a Baja Portalegre 500.
A mesma fonte indicou que estão hoje no terreno cerca de 100 militares, mas no sábado, ‘dia grande’ deste evento, vão estar destacados ao logo de todo o percurso cerca de 300 militares.
Na segunda-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que a Direção-Geral da Saúde (DGS) não deveria dar parecer favorável à realização da prova face à evolução da pandemia da covid-19.
Questionada sobre a realização da prova, que costuma acolher milhares de adeptos da modalidade ao longo do percurso e realizar-se com pilotos e respetivas equipas de vários países, Graça Freitas referiu não ter conhecimento de nenhum pedido da organização, mas afirmou: “em princípio não daremos parecer favorável”.
“Temos pena, porque alguns eventos merecem todo o carinho e todo o apoio, mas estamos numa situação excecional e temos de ter medidas excecionais”, considerou, reforçando que “as próximas semanas serão de grandes restrições”.
Em 27 de outubro, o promotor da prova, o ACP, apresentou um plano de contingência em que se previa que a prova decorresse sem público.
No plano, disponível no sítio na Internet do evento, marcado para entre hoje e domingo, é referido que “não será permitido” público na prova.
A prova acabou por arrancar hoje com o prólogo, sem a presença de público.
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