Desde a estreia em 2005, é a primeira vez que o esquerdino de Manacor, de 36 anos, vai falhar o ‘major’ francês, devido a problemas físicos. Recordista de triunfos em Roland Garros, onde conquistou 14 dos seus 22 títulos do Grand Slam, deixa assim a porta aberta a um novo sucessor.
Novak Djokovic, antigo número um mundial e atual terceiro classificado, é o principal favorito. Sabe o que é ganhar no pó de tijolo parisiense (2016 e 2021) e é o mais forte candidato a erguer a Taça dos Mosqueteiros, motivado pela ambição de poder bater o recorde de ‘majors’ e igualar o feito de outra lendária figura do ténis mundial, a norte-americana Serena Williams.
Naquele que será o primeiro Roland Garros desde 1998 sem Roger Federer e Rafael Nadal, ausente dos ‘courts’ desde que se retirou do Open da Austrália para tentar “regenerar o corpo”, como confessou recentemente, com o objetivo de fazer a despedida do circuito mundial em 2024, o tenista de Belgrado terá, ainda assim, alguns adversários com boas possibilidades de o afastarem da história.
O jovem Carlos Alcaraz, apontado por muitos como o sucessor de Nadal, chega pela primeira vez a um ‘major’ como líder do ranking ATP e, esta temporada, regista 20 vitórias contra duas derrotas em terra batida, com troféus alcançados em Buenos Aires, Barcelona e Madrid.
Em Paris, onde jogará apenas pela quarta vez e atingiu os quartos de final há um ano, o jogador de Múrcia poderá somar o segundo troféu do Grand Slam, após a vitória no Open dos Estados Unidos, em 2022, precisamente 20 anos depois do seu treinador, o também espanhol Juan Carlos Ferrero, ter vencido Roland Garros.
Assim como Alcaraz, de 20 anos, o russo Daniil Medvedev, recentemente consagrado campeão do Masters 1.000 de Roma, poderá ter uma palavra a dizer na discussão pelo cetro francês. Vencedor de cinco torneios esta época, o moscovita ocupa o segundo lugar na hierarquia mundial e apenas 485 pontos o separam do líder do ranking e daquele que poderá ser o seu primeiro título de um ‘major’.
O norueguês Casper Ruud, quarto colocado mundial e que só foi travado há um ano por Rafael Nadal na final, o grego Stefanos Tsitsipas (número cinco do mundo) e o russo Andrey Rublev (sétimo) são outros dos jogadores com condições para chegar às rondas finais da prova e lutar pelo primeiro título do Grand Slam da carreira.
Na competição feminina, Iga Swiatek é um nome incontornável. Tal como Novak Djokovic, de 36 anos, a polaca e número um mundial vai procurar vencer, pela terceira vez, o segundo ‘major’ da temporada, após os triunfos em 2020 e 2022.
Apesar de ter sido obrigada a desistir, por lesão, do encontro frente à cazaque Elena Rybakina em Roma, Swiatek, de 21 anos, também poderá fazer história em Paris, onde, em caso de vitória, poderá alcançar o mesmo patamar de Serena Williams, Mónica Seles, Arantxa Sanchéz Vicario e Hilde Krahwinkel Sperling, todas tricampeãs do torneio francês.
Entre Swiatek e o lendário grupo existem, contudo, uma série de oponentes com possibilidades de se estrearem a vencer em Paris, entre as quais a bielorrussa Aryna Sabalenka, número dois na hierarquia WTA e campeã em título do Open da Austrália, e Elena Rybakina, que ganhou Wimbledon em 2022 e sagrou-se vice-campeã no ‘major’ dos Antípodas.
O quadro principal de Roland Garros, que contará com a presença de apenas um português, Nuno Borges, arranca já este domingo e decorre até 11 de junho, dia em que será coroado o sucessor do ‘rei’ da terra batida.
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